Florence: Recife terá novo hospital para pacientes em cuidados paliativos de fim de vida
Obras estão em fases finais no Pátio Rui Barbosa, no bairro das Graças. O hospital funcionará no casarão de 600 metros quadrados, relíquia da arquitetura do século 18
Um modelo bastante utilizado na Europa, o hospital de transição tem como missão acolher pacientes em processo de recuperação. São aqueles que, ao receberem alta de unidade hospitalar tradicional, estão debilitados funcionalmente e podem estar num momento em que ainda não ficam seguros em casa.
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Assim é a Clínica Florence, que chega ao Recife com a proposta de cuidado das necessidades físicas, emocionais, espirituais e sociais do paciente. Hospital de transição especializado no tratamento de pessoas em reabilitação e cuidados paliativos, a Florence abre as portas, na cidade, em dezembro.
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As obras estão em fases finais no Pátio Rui Barbosa, no bairro das Graças, Zona Norte. O hospital funcionará no casarão de 600 metros quadrados, relíquia da arquitetura do século 18.
O hospital também atende pessoas em cuidados paliativos de fim de vida, acometidos por câncer avançado, demência com marcadores de fase final de vida, insuficiência cardíaca avançada, doença pulmonar obstrutiva crônica grave e doenças degenerativas. Com 76 leitos, é a primeira unidade da Florence fora de Salvador, na Bahia.
Focada em oferecer um ambiente humanizado, a Florence atende pacientes (a maioria vinda de hospitais gerais) com indicação de cuidados multidisciplinares complexos, com intuito de reduzir a complexidade dos cuidados e capacitar as famílias. "A nossa aspiração de crescimento se torna um dever, uma obrigação de levar o jeito Florence a mais pessoas", diz o médico Lucas Andrade, idealizador e CEO da Clínica Florence. "A chegada no Recife é motivo de grande entusiasmo. É um sonho nascido ainda no primeiro ano, quando constatamos o impacto que podemos ter na vida das pessoas nos momentos mais delicados."
Mas qual o perfil das pessoas que podem ser assistidas por equipes de um hospital de transição? A Florence acolhe pacientes que tiveram a funcionalidade comprometida para realizar atividades básicas, como comer ou tomar banho. São pessoas que tiveram um acidente vascular cerebral, fratura de fêmur e politraumas, como também aquelas que passaram por internação prolongada em terapia intensiva (UTI) ou tiveram a forma grave da covid-19, entre outras condições. "O acompanhamento médico é feito 24 horas por dia", ressalta Lucas.
A Florence ainda oferece cuidados a pacientes com síndromes demenciais e àqueles que passaram por traqueostomia e parada cardiorrespiratória. Nos casos das pessoas em cuidados paliativos de fim de vida, é comum que estejam em internações hospitalares prolongadas e sem perspectiva de cura ou melhora funcional. A assistência é promovida por uma equipe especializada e tem como objetivo controlar os sintomas em todas as suas dimensões (física, psicológica, espiritual e social), além de acolher e promover melhora na qualidade de vida para paciente e familiares.
A humanização no atendimento é premissa na Florence. As visitas na Clínica são permitidas 24 horas por dia, sete dias por semana. Acontecem também visitas programadas de crianças e animais de estimação, além de organização da comemoração de datas especiais com familiares e amigos (necessário agendamento prévio, em função da pandemia).
Estrutura da Florence
A estrutura assistencial da Florence permite atender condições clínicas complexas em pacientes estáveis. A clínica conta com uma equipe médica e de enfermagem 24 horas por dia, os sete dias da semana. Os médicos diaristas de diversas especialidades possuem formação em terapia intensiva (cuidados pós-agudos), geriatria, clínica médica ou cuidados paliativos.
A coordenação médica da Unidade da Florence em Recife é da médica paliativista e geriatra Lívia Interaminense. Também há uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, nutricionistas, farmacêuticos, serviço social e de psicologia.
A estrutura física foi construída oferecendo uma acessibilidade completa, com banheiros amplos e adaptados, janelas baixas e corrimões duplos, corredores, portas e elevador que possibilitam o acesso dos pacientes cadeirantes ou acamados. Os 76 quartos são privativos, com iluminação e ventilação naturais e possibilidade de customização através de mural de fotos e desenhos.
A Florence também conta com cozinha própria, com possibilidade de preparo de refeições customizadas, e refeitório. Além disso, há um espaço de convivência e um jardim amplo, possibilitando interações diversas entre pacientes, familiares e amigos.
Mais de 95% dos pacientes assistidos pela Florence são da saúde suplementar (serviços cobertos por planos de saúde); os demais são atendidos de forma particular. Com investimentos de mais de R$ 20 milhões, o empreendimento no Recife vai gerar cerca de 250 empregos diretos.