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Surto em Pernambuco: pulga pode ter relação com lesões de pele que causam coceira, diz sanitarista

Hipótese é levantada pelo médico sanitarista Tiago Feitosa, professor do Centro de Ciências Médicas da UFPE

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 30/11/2021 às 17:01 | Atualizado em 30/11/2021 às 20:13
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Sem deixar de considerar hipóteses já conhecidas desde o alerta epidemiológico divulgado pelo Recife no último dia 18, o médico sanitarista Tiago Feitosa traz mais uma suposição que merece ser considerada, na tentativa de explicar por que moradores de determinadas localidades, em Pernambuco, têm apresentado lesões na pele que causam coceira. Professor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Tiago pressupõe que uma infestação de pulgas pode estar por trás dessas manifestações cutâneas. 

FOTOS: JAILTON JR/JC IMAGEM
Tiago Feitosa é professor do Centro de Ciências Médicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) - FOTOS: JAILTON JR/JC IMAGEM

O sanitarista presume que o surto pode ter relação com pulgas porque a maior quantidade de pessoas afetadas moram em localidades próximas a área de mata, como Guabiraba e Dois Irmãos, ambos bairros da Zona Norte do Recife. "São áreas que estão cada vez mais sendo povoadas de forma acelerada, com muitos empreendimentos e novos condomínios. Por isso, este surto pode ter relação com questões ambientais. Com menos área verde, esses locais perderam animais silvestres, que são os reservatórios naturais das pulgas. Dessa forma, esses pequenos insetos encontram outros mamíferos para se alimentar de sangue, como cachorros e gatos, que podem passar a pulga para as pessoas", explica Tiago ao JC

Assista à reportagem da TV Jornal 

Qualquer pessoa ou animal pode contrair pulga; é só ficar exposto. "É um inseto que tem a capacidade muito grande de se espalhar. E as lesões com coceira que observamos, neste atual surto, têm uma característica cutânea bem parecida com a irritação causada por pulgas", diz o médico. Após uma picada do inseto, podem aparecer algumas reações alérgicas na pele humana, o que leva a inchaço, coceira e, em alguns casos, erupções. 

Outro detalhe que fortalece a hipótese apontada por Tiago Feitosa é o fato de crianças e idosos, acometidas por essas lesões neste atual surto, terem apresentado melhora do quadro quando saíram da área de moradia. "Em 48 horas, essas pessoas tiveram os sintomas aliviados. Isso leva a crer que o problema tem mesmo relação com a localidade onde se vive."

Os sintomas da presença de pulga em humanos são coceira, erupções cutâneas que podem sangrar e coçar, inchaço ao redor da lesão ou ferida, além de urticária (irritação na pele caracterizada por lesões avermelhadas e levemente inchadas, que coçam muito). 

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