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Em aceleração epidêmica da gripe H3N2, Pernambuco totaliza 65 mortes por influenza e mais de 8 mil casos em menos de 1 mês

Do total de confirmações por influenza, cerca de 10% apresentaram um quadro grave da infecção

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Cinthya Leite

Publicado em 11/01/2022 às 15:28 | Atualizado em 11/01/2022 às 16:23
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Na tarde desta terça-feira (11), a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES) confirma que já foram registrados, num período de menos de um mês, 8.337 casos de influenza A no Estado, com 65 mortes. Apenas nesta nova rodada de análises feita pelo Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE), foram obtidas 1.945 amostras laboratoriais positivas, com 27 novos óbitos provocados pela gripe. Recentemente, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, avaliou que a situação provocada pela atual epidemia de influenza já é pior que a primeira onda da covid-19, em 2020, em volume de infecções. Com a diferença da menor letalidade, em comparação com o coronavírus, a gripe é mais transmissível e tem sobrecarregado a rede hospitalar. 

Dos 8.337 casos, 8.245 são de influenza A (H3N2) e 92 influenza A não subtipada. Do total de registros, até o momento, 799 (9,6%) apresentaram síndrome respiratória aguda grave (srag), sendo 790 do subtipo H3N2 e 9 casos não subtipados.

Em coletiva de imprensa na manhã desta terça-feira (11), o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, mostrou preocupação com a velocidade de transmissão dos vírus respiratórios, especialmente o influenza, que fez subir em 50% o número de casos de srag no Estado, ao longo de apenas sete dias. "Na primeira semana epidemiológica deste ano, foram notificados 1.419 casos de srag, o que corresponde a um aumento de 50% na comparação com a semana anterior e de 138%, em relação ao dado de 15 dias atrás. Atribuímos essa aceleração, neste período, à influenza, muito mais do que para a covid-19", disse Longo. 

O secretário reforçou que a população precisa ficar atenta a todas as regras sanitárias para evitar novas infecções respiratórias e a sobrecarga na rede de saúde. "Quem tiver qualquer sintoma de gripe, mesmo que muito leve, deve procurar fazer o teste da covid-19 e, independentemente do resultado, fazer o autoisolamento até o fim dos sintomas. Sei que depois de quase dois anos de pandemia, muitos estão cansados, mas o reforço dos cuidados é uma questão de proteção e respeito à vida. Cada atitude vai contar para conseguirmos salvar mais vidas e evitar o colapso da rede de saúde", destacou Longo. As pessoas que tiveram contato com casos sintomáticos também devem seguir as mesmas regras, com autoisolamento e testagem.

Dos 65 óbitos por complicações da gripe, sendo 22 masculinos e 43 femininos, 64 foram positivos para a influenza A (H3N2) e 1 não subtipado. Os pacientes eram residentes do Recife (34), Palmares (3), Ipojuca (2), Jaboatão dos Guararapes (5), São Lourenço da Mata (2), Escada (1), Goiana (1), Olinda (3), Sirinhaém (1), Timbaúba (1), Tracunhaém (1), Abreu e Lima (1), Condado (2), São Vicente Ferrer (1), Catende (1), Camaragibe (2), Aliança (1), Igarassu (1), Cabo de Santo Agostinho (1) e Moreno (1).

As idades das pessoas que foram a óbito variam entre 1 e 98 anos. As faixas etárias são: 1 a 9 (1), 10 a 19 (3), 20 a 29 (1), 30 a 39 (4), 40 a 49 (3), 50 a 59 (9) e 60 e mais (44). Os pacientes apresentavam comorbidades e possuíam fatores de risco para complicação por influenza, como diabetes, doença cardiovascular, doença renal crônica, hipertensão arterial e sobrepeso.

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