COLUNA JC SAÚDE E BEM-ESTAR

Novos leitos diminuem fila por UTI em Pernambuco, mas 828 pacientes estão em terapia intensiva, que tem 87% de ocupação na rede pública

Taxa de ocupação elevada mostra que os vírus respiratórios continuam em aceleração e a pressionar a rede hospitalar

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 16/01/2022 às 18:40 | Atualizado em 16/01/2022 às 18:45
Análise
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Com a pressão provocada pela gripe H3N2 e a aceleração da nova onda de covid-19, provocada pela ômicron, Pernambuco precisou ampliar o número de leitos públicos, voltados a pacientes com síndrome respiratória aguda grave (srag) nas unidades de saúde. Agora, o Estado tem 1.846 vagas, sendo 952 de terapia intensiva (UTI) e 894 de enfermaria. A título de comparação, para ilustrarmos essa expansão na assistência hospitalar, em 18 de dezembro, quando Pernambuco confirmou os primeiros casos de H3N2, eram 1.277 leitos, sendo 696 de UTI (56% ocupados) e 581 de enfermaria. 

Com as novas vagas criadas desde o fim de dezembro, a fila de espera por atendimento em UTI tem caído dia após dias. Neste domingo (16), sete pacientes aguardam transferência para esse tipo de leito. No último dia 6 de janeiro, com menos vagas de terapia intensiva disponíveis, o Estado tinha 174 pessoas à espera de uma UTI. Contudo, a redução de pacientes em fila não revela que o cenário epidemiológico esteja estável. Pelo contrário: 87% dos 952 leitos de terapia intensiva estão ocupados em Pernambuco. Isso significa que 828 pessoas com srag lutam pela vida em UTIs de hospitais públicos. A taxa de ocupação é elevada e mostra que os vírus respiratórios (coronavírus e influenza) continuam a pressionar a rede hospitalar. Os números são públicos e estão no painel de dados da covid-19 em Pernambuco. 

Esse panorama de sobrecarga nos hospitais é o mesmo observado em outros Estados (e países) que também são desafiados pela transmissão da nova variante do coronavírus. Em Pernambuco, o aumento nos adoecimentos impactou diretamente nas solicitações por leitos de UTI: foram 805 pedidos na primeira semana epidemiológica de 2022, representando um aumento de 82% em 15 dias. 

"Neste cenário de forte pressão sobre a rede de saúde, vamos continuar colocando em prática, por determinação do governador Paulo Câmara, nosso plano de contingência, com uma intensa mobilização de leitos para garantir a assistência à população. Em menos de 20 dias, foram 480 novos leitos para casos de srag, sendo 213 de UTI", diz o secretário Estadual de Saúde, André Longo. Ele destaca que esse aumento no número de vagas corresponde à capacidade de, pelo menos, dois grandes hospitais de campanha. "E continuamos trabalhamos diuturnamente para minimizar os impactos desta aceleração das doenças respiratórias e salvar vidas. Nos próximos dias, temos previsão de abrir, pelo menos, outros 500 leitos, sendo 290 de UTI", afirma o secretário.

 

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