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Covid-19: entre crianças, cobertura vacinal está baixíssima em Pernambuco; apenas 8,4% tomaram a primeira dose

O Estado já recebeu 557.180 doses de Pfizer pediátrica e CoronaVac para o grupo de 5 a 11 anos. E infelizmente somente 18% dessas doses foram aplicadas

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Cinthya Leite

Publicado em 03/02/2022 às 20:16 | Atualizado em 04/02/2022 às 0:29
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Já se passaram 20 dias desde o início da vacinação das crianças contra a covid-19 em Pernambuco, mas a adesão à imunização desse público, formado pela faixa etária de 5 a 11 anos, está baixíssima. Desde o dia 14 de janeiro, 99.860 meninos e meninas receberam a primeira dose de vacina contra a doença no Estado. Isso corresponde a apenas 8,4% da população estimada desse grupo, formado por 1.182.444 de crianças. O problema não é falta de vacinas, mas pode ser explicado por falta de estratégias para alcançar as famílias, pelas polêmicas e fake news que infelizmente se disseminaram ao longo de toda a pandemia. Até o momento, o Estado já recebeu 557.180 doses de Pfizer pediátrica e CoronaVac para esse grupo etário, de 5 a 11 anos. E infelizmente somente 18% dessas doses foram aplicadas. 

"Realmente temos um volume de importante de doses distribuídas. Teoricamente grande parte dessas doses já deveria ter sido administrada", reconheceu a superintendente de Imunizações de Pernambuco, Ana Catarina de Melo, durante coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (3). Para ela, o fato de a vacinação para as crianças exigir recomendações, como local específico para a aplicação, pode retardar a velocidade de se alcançar esse público. 

"Mas, desde dezembro do ano passado, havíamos pactuado em comitê que seria feita a vacinação das crianças em creches e escolas. Quando fazemos isso, conseguimos acelerar, pois ganhamos capacidade para atingir maior volume de pessoas num curto espaço de tempo", disse Ana Catarina. Ela informa que alguns municípios estão fazendo com ações desse tipo, como Camaragibe e Jaboatão dos Guararapes. 

"Precisamos vacinar as crianças o quanto antes. Devemos lembrar que o imunizante tem um tempo para produzir anticorpos, e ainda há o tempo de espera para a segunda dose. A vacina é segura e eficaz. Das doses que já administramos nesse público pediátrico (99.860 no total), temos praticamente nenhum evento adverso." Ainda segundo Ana Catarina, é fundamental reforçar que a CoronaVac é feita por uma tecnologia que se usa atualmente para outras vacinas do calendário básico. "E nós já administramos um volume gigantesco de Pfizer, que usa a tecnologia de RNA mensageiro. Se analisarmos os eventos adversos por fabricante na vacinação a partir dos 12 anos, a Pfizer tem um número de eventos infinitamente menor do que qualquer outro fabricante que já administramos no Estado", complementou. 

Também durante a coletiva de imprensa, o secretário de Saúde de Pernambuco, André Longo, informou que a expectativa é de que haja a aceleração da vacinação das crianças com o retorno às aulas presenciais. "É preciso aproveitar a volta às escolas, que devem ser um grande ambiente de estímulo à vacinação, de convencimento dos pais mais reativos às questões da vacina. As escolas devem trabalhar o ambiente como decisivo para acelerar o processo de vacinação no Estado. Assim tem sido a história natural dessas vacinas permeadas por polêmicas, como a do HPV", frisou Longo. 

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