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Quando a máscara não for mais obrigatória, quem ainda precisará usar? E onde? Confira

Sociedade Brasileira de Infectologia divulga recomendações sobre quem, quando e qual máscara usar nesta momento de queda sustentada dos indicadores da covid-19

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 22/03/2022 às 15:07 | Atualizado em 22/03/2022 às 15:20
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Dez Estados e o Distrito Federal (DF), pelo menos, já flexibilizaram o uso de máscaras contra a covid-19 em ambientes fechados. Especialistas e entidades médicas têm recomendado que, mesmo onde o uso não é mais obrigatório, há grupos específicos que devem continuar usando esse item de proteção. 

Neste atual cenário epidemiológico, a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) defende que esses grupos devem usar máscaras como medida de proteção individual: 

1. Pessoas sintomáticas (sintomas de resfriado/gripe);

2. Pessoas que estejam potencialmente em contato com quem possa estar transmitindo o vírus. Entre elas, profissionais de saúde, trabalhadores de serviço de atendimento ao público, parentes de pacientes sintomáticos;

3. Não vacinados contra a covid-19 ou que receberam imunização incompleta (menos de três doses, quando indicada a dose de reforço). Devem manter o uso de máscaras em ambientes com aglomeração de pessoas, em especial locais fechados e de longa permanência;

4. Imunossuprimidos: pessoas com imunodeficiência primária grave, quimioterapia para câncer, transplantados de órgão sólido ou de células tronco hematopoiéticas em uso de drogas imunossupressoras, pessoas que vivem com HIV com contagem de CD4 menor que 200, uso de
corticoides em doses maiores que 20 mg/dia de prednisona (ou equivalente) por um período acima de 14 dias, uso de drogas modificadoras da resposta imune (imunomodulares ou imunobiológicos), doenças autoimunes em atividade e pacientes em hemodiálise. Devem manter o uso de máscaras em ambientes com aglomeração de pessoas, em especial locais fechados e de longa permanência;

5. Pessoas idosas, a partir de 60 anos (principalmente maiores que 70 anos), em especial com presença de doenças crônicas, como hipertensão arterial e diabetes não controladas, obesidade, câncer, doença renal crônica, cirrose hepática, doenças pulmonares crônicas (DPOC, enfisema e asma, entre outras), tabagismo, doenças cardiovasculares prévias e doenças hematológicas, entre outras. Devem manter o uso de máscaras em ambientes com aglomeração de pessoas, em especial locais fechados e de longa permanência;

6. Gestantes com ou sem comorbidades. Devem manter o uso de máscaras em ambientes com aglomeração de pessoas, em especial locais fechados e de longa permanência.

A Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) também recomenda manutenção do uso de máscaras por todas as pessoas nestes locais com maior risco de transmissão do coronavírus:  

1. Locais fechados com aglomeração frequente: transporte público (trens, metrô, ônibus e correlatos). Em locais onde houver grandes aglomerações, principalmente em determinados horários de pico como agências bancárias, repartições públicas, lotéricas e instituições de ensino, entre outros;

2. Locais abertos, quando houver aglomeração: pontos de ônibus, filas de atendimento de serviços públicos ou privados, ruas que funcionam como corredores comerciais e outros lugares com características semelhantes;

3. Serviços de saúde: unidades básicas de saúde, clínicas ou hospitais públicos ou privados.

Decisão de cada um 

Segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), locais abertos ou fechados que não promovem aglomeração são atualmente de baixo risco de transmissão do coronavírus, e o uso de máscaras nesses locais deve ser de decisão individual, quando permitido pela legislação local.

Efetividade de proteção das máscaras

A lista abaixo, segundo a SBI, exibe de forma decrescente a eficácia de diferentes tipos de máscaras
em proteger contra a transmissão do coronavírus:

1. Máscaras N95 ou PFF2
2. Máscaras cirúrgicas ou KN95
3. Máscaras de tecido com dupla ou tripla face

Precoce 

Há menos de 15 dias, a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) divulgou comunicado em que considerou precoce e intempestiva a medida de suspensão da obrigatoriedade do uso de máscaras em espaços fechados. "O Brasil e o mundo ainda se encontram em uma situação de pandemia, com imensas desigualdades no acesso a vacinas dentro e fora do País", esclarece.

Estamos num momento em que ainda há os bolsões de não vacinados contra covid-19, assim como os que ainda estão para receber a segunda dose e também aqueles que resistem a tomar a dose de reforço. Sem essa equalização na cobertura vacinal, contemplando também a população pediátrica (entre crianças, a imunização permanece lenta), novas variantes poderão surgir. E não sabemos com que potencial de disseminação e preocupação elas podem despontar. Ou seja, permanece uma série de incertezas em relação a médio e longo prazo, o que inclui também a duração da imunidade protetiva contra o coronavírus - aquela alcançada graças à imunização.

Portanto, neste momento, ao invés de se dedicarem para anunciar o fim da obrigatoriedade da máscara, gestores deveriam estar preocupados em identificar e buscar pessoas que precisam completar o esquema vacinal, como também tomar a terceira dose. Afinal, enquanto houver não vacinados, há risco aumentado de novos surtos de covid-19, com possibilidade de acometer pessoas com maior risco de agravamento pela infecção. Entre elas, aquelas que são idosas e imunocomprometidas. Por sinal, são essas pessoas também que têm motivos para usar máscaras enquanto houver pandemia.

Ao longo de dois anos de pandemia, as máscaras se mostraram uma medida preventiva eficaz e que podem ser usadas até mesmo quando acabar a emergência sanitária, nos momentos em que tivermos sintomas gripais ou quando não nos sentirmos seguros. 

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