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HEPATITE DESCONHECIDA EM CRIANÇAS: Estados Unidos emitem alerta sobre possível causa; confira

Sintomas incluem icterícia (pele amarela), diarreia, vômito e dor abdominal

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 22/04/2022 às 14:42 | Atualizado em 22/04/2022 às 16:29
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Em um alerta de saúde, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos anunciou, na quinta-feira (21), uma possível associação dos casos de hepatite desconhecida em crianças com a infecção pelo adenovírus, um grupo de vírus que normalmente causam doenças respiratórias, como um resfriado comum.

Em crianças, os adenovírus geralmente causam infecções no trato respiratório e no trato intestinal. No comunicado, o CDC informa que a maioria dos casos foi positiva para o adenovírus tipo 41. O aviso do CDC ainda destaca que, ao identificarem crianças com hepatite de causa desconhecida, os médicos devem solicitar o teste de adenovírus e fazer a notificação dos casos às autoridades de saúde pública e ao CDC.

Neste mês, a Organização Mundial de Saúde (OMS) foi notificada de 10 casos de hepatite aguda grave de causa desconhecida em crianças previamente saudáveis, de 11 meses a 5 anos, na Escócia. Além deles, outros 74 casos foram identificados no Reino Unido. Os sintomas incluem icterícia (pele amarela), diarreia, vômito e dor abdominal.

Na Irlanda, 5 casos estão em investigação. Foram observados nove casos semelhantes nos Estados Unidos e três na Espanha na última semana. Após testes laboratoriais, todas as hepatites virais foram excluídas (A, B, C, D, E) e o coronavírus e/ou adenovírus foram detectados em vários casos.

A esta coluna Saúde e Bem-Estar, do JC, a Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife informa que está atenta aos casos de hepatite aguda e vem realizando busca ativa, presencial e por telefone nos núcleos de epidemiologia das unidades de saúde da rede pública e na Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) da rede privada. "A Sesau explica ainda que aguarda orientações da Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre os procedimentos a serem adotados para a notificação de possíveis casos da doença na capital."

Questionada sobre o assunto, a SES disse que "está elaborando um informe técnico de alerta para as unidades de saúde sobre a hepatite aguda de etiologia desconhecida". A pasta acrescenta que também aguarda posicionamento do Ministério da Saúde em relação ao tema.

Na quarta-feira (20), a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo (SMS-SP) também fez um alerta a unidades e profissionais de saúde. "Há a hipótese de que o adenovírus seja o causador da hepatite, mas até o momento não é possível descartar outras causas, como a infecção prévia pelo coronavírus ou a exposição a toxinas", diz. O comunicado do município orienta que "todos os casos que atenderem às definições de caso acima devem ser notificados imediatamente, tanto pela rede pública quanto pela privada de saúde", em formulário que deve ser enviado à prefeitura.

O alerta de São Paulo ainda detalha o que podem ser considerados casos confirmados e suspeitos da hepatite aguda grave com causa desconhecida em crianças. Confirmados são os pacientes que, desde 1º de janeiro deste ano, têm hepatite aguda (vírus não hepatite A, B, C, D, E) com aspartato aminotransferase (AST) ou alanina aminotransferase (ALT) acima de 500 U/L, com 10 anos ou menos. Suspeitos são as pessoas com hepatite aguda (não hepatite A - E) com AST ou ALT acima de 500 U/L, de 11 a 16 anos. Vale frisar que AST e ALT são enzimas presentes nas células do fígado.

Todos os casos já notificados mundialmente necessitaram de internação. Sete crianças no Reino Unido, duas nos Estados Unidos e uma na Espanha foram submetidas à transplante de fígado. Até 11 de abril, nenhum óbito foi relatado, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), e nenhuma das crianças havia sido vacinada contra covid-19. Além disso, uma criança com vínculo epidemiológico (teve contato com caso confirmado) foi identificada.

A OMS informa que em andamento investigações adicionais, pelas autoridades sanitárias dos países onde os registros foram feitos, para incluir um histórico de exposição mais detalhado, como testes toxicológicos e testes virológicos/microbiológicos. A entidade destaca que monitora de perto a situação e que não recomenda restrições de viagens e/ou comércio com o Reino Unido ou qualquer outro país onde sejam identificados casos, com base nas informações atualmente disponíveis.

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