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VARÍOLA DOS MACACOS: veja lista de sintomas, formas de transmissão e tratamentos

Organização Mundial da Saúde (OMS) suspeita de que a transmissão do vírus passou despercebida por algum tempo

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 02/06/2022 às 16:19 | Atualizado em 02/06/2022 às 16:47
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Cerca de 30 países, fora das regiões endêmicas, vivenciam a atual onda de casos de varíola dos macacos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) suspeita de que a transmissão do vírus passou despercebida por algum tempo. 

"O surgimento súbito da varíola do macaco, em diferentes países no mesmo período, sugere que a transmissão não foi detectada durante certo tempo", declarou o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, durante coletiva de imprensa na quarta-feira (1º). 

Desde o início do surto atual de casos, há cerca de um mês, mais de 550 casos foram registrados em aproximadamente 30 países. O mundo, então, olha com atenção para o aumento de casos da varíola dos macacos, doença que teve a primeira transmissão comunitária generalizada fora da África neste ano.

No Brasil, já existem casos suspeitos sendo monitorados, o que têm deixado a população apreensiva. 

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Entre os sintomas da varíola dos macacos, estão febre, dor de cabeça, dores musculares, lesões nas mucosas e na pele, inchaço nos gânglios no pescoço, virilha ou axila (linfadenopatia) - sintoma que diferencia a varíola dos macacos da varíola comum - AFP

O vírus da varíola do macaco é semelhante com o da varíola humana, erradicada desde os anos 1980, quando foram encerradas as campanhas de vacinação. 

O vírus Monkeypox pertence ao gênero Orthopoxvirus e costuma provocar infecções zoonóticas, como a varíola. Os humanos são hospedeiros intermediários do vírus.

Saiba como a varíola dos macacos é transmitida

  • Contato com o vírus de um animal, humano, fluidos corporais ou material de lesão;
  • O vírus geralmente entra no hospedeiro pelo trato respiratório, pela superfície da mucosa ou por rupturas na pele;
  • O tempo de incubação é geralmente de 7 a 14 dias;
  • As taxas de transmissão estimadas podem chegar a 73%;
  • Indivíduos podem transmitir o vírus desde o primeiro dia antes do aparecimento da erupção até 21 dias.

Quais são os sintomas da varíola dos macacos? 

Febre, dor de cabeça, dores musculares, lesões nas mucosas e na pele, inchaço nos gânglios no pescoço, virilha ou axila (linfadenopatia), sintoma que diferencia a varíola dos macacos da varíola comum.

Qual a taxa de mortalidade da varíola dos macacos?

A taxa de mortalidade para a linhagem do vírus da África Ocidental está abaixo de 1%. Para a linhagem da África Central, é de até 11% (em crianças não vacinadas sem tratamento).

Como é feito o diagnóstico da doença? 

O diagnóstico geralmente é confirmado pelo exame PCR (reação em cadeia da polimerase).

A OMS estabeleceu diagnóstico confirmatório com base no teste de amplificação de ácido nucleico (NAAT), usando reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real ou convencional.

O diagnóstico de PCR é baseado em marcadores específicos que podem discriminar as linhagens da África Ocidental e da África Central.

A Roche Diagnóstica atualmente possui um teste RT-PCR para infecção por varíola dos macacos que fornece informações sobre a carga viral e diferencia as linhagens da África Ocidental e da África Central. O exame deve chegar ao Brasil nas próximas semanas para uso em pesquisas. O exame é feito a partir da coleta do fluido contido nas feridas causadas pela doença.

Há tratamento para a varíola dos macacos? 

  • Atualmente, não existem tratamentos específicos comprovados para a varíola, mas os sintomas clínicos podem ser controlados, e existem medidas de prevenção. Medicamentos antivirais estão sendo usados para tratar a infecção por varíola, mas as indicações ainda estão sendo estudadas. 
  • Além disso, sugere-se que a vacina contra a varíola pode reduzir a manifestação da doença em até cinco vezes, de acordo com um estudo no Congo, África.

Como prevenir a varíola dos macacos?

  • A vacinação contra a varíola para reduzir as oportunidades de mutação viral e a disseminação da varíola entre humanos;
  • Medidas locais de contenção para evitar a transmissão mundial;
  • Informações de qualidade para melhorar o reconhecimento da doença;
  • Acesso a ferramentas de diagnóstico para avaliar a situação em curso e recolher dados;
  • Capacitação de profissionais de saúde e constituição de equipes interdisciplinares para identificação de casos de varicela e aplicação de medidas de proteção.

Onda de casos

A OMS espera um aumento no número de casos da varíola dos macacos, mas ainda não se pode dizer que se trata de uma pandemia. 

"Trata-se de uma onda de casos, e as ondas podem ser interrompidas", disse a responsável técnica da OMS para a varíola do macaco, Rosamund Lewis. "Embora a onda atual de casos não tenha causado mortes, o vírus da varíola do macaco leva a óbito todos os anos no continente africano há, pelo menos, meio século", acrescentou.

Varíola dos macacos: cronologia 

  • 1958: Descoberto pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa.
  • 1970: Os casos em humanos foram descritos pela primeira vez em 1970. Nas décadas seguintes, surtos esporádicos foram relatados na África.
  • 2003: Primeiros casos humanos fora da África. Nos Estados Unidos, 47 pessoas ficaram doentes, quando animais importados da África infectaram cães-de-pradaria de estimação.
  • 2022: Primeira incidência de transmissão comunitária generalizada fora da África; 22 países com casos confirmados.

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