Com doença respiratória grave, bebê que ficou três dias em fila de UTI morre após internamento em Pernambuco
Ela estava internada no Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda
Após mais de 20 dias internada, a pequena Aylla Eloá, de 8 meses, foi a óbito por apresentar complicações da síndrome respiratória aguda grave (srag). Ela ficou três dias na fila por um leito de terapia intensiva (UTI) em Pernambuco, que passa por um momento de explosão de infecções respiratórias entre crianças.
Atualmente, Pernambuco tem 103 bebês em crianças à espera de um leito para casos de srag. Desse total, 72 aguardam vaga de UTI infantil e 16 de UTI neonatal (para recém-nascidos). Outros 15 pacientes da pediatria esperam uma vaga de enfermaria. Os dados são divulgados pelo painel de leitos da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado (Seplag).
Segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES), Aylla Eloá foi admitida na UTI Pediátrica do Hospital Brites de Albuquerque, em Olinda, Grande Recife, no dia 14 de maio. "Desde então, vinha recebendo todos os cuidados necessários ao caso", diz, em nota. A pasta destaca que o Hospital Brites de Albuquerque conta com equipe completa de profissionais (enfermeiros, técnicos, médicos, intensivistas pediátricos e fisioterapeutas respiratórios) aptos para oferecerem assistência aos pacientes.
"Com histórico de febre e tosse, e posterior evolução para insuficiência respiratória, a bebê precisou ser intubada e apresentou boa resposta aos primeiros procedimentos. No entanto, permaneceu em estado grave. E infelizmente, no dia 1º de junho, teve seu quadro agravado, sendo registrado o óbito", acrescenta a SES.
Leitos de UTI para crianças em Pernambuco
A secretaria ressalta que Pernambuco possui a maior rede para casos de srag em crianças do Nordeste, com 302 leitos infantis, sendo 158 de UTI. "Ainda assim, o governo de Pernambuco vem trabalhando de forma permanente para ampliar a rede para atender este público, de forma descentralizada e regionalizada."
No último dia 24 de maio, a SES confirmou a notificação de pelo menos 32 mortes de bebês e crianças até 5 anos, em decorrência de complicações da síndrome respiratória grave (srag) não causada por covid-19. O dado leva em consideração os registros deste ano feitos até o dia 24 de maio sem relação com o coronavírus.
Foram vidas perdidas à espera de um atendimento digno em leito de terapia intensiva (UTI), diante do cenário de avanço dos vírus respiratórios entre recém-nascidos e crianças, da dificuldade de atender esses pacientes nos hospitais, da falta de pediatras intensivistas e de cirurgiões pediátrico.