Pessoas com doença mental grave vivem menos do que a população em geral, diz estudo
Pesquisa foi publicada, na última quinta-feira (11), no The Lancet
Um estudo publicado na revista científica The Lancet mostra que pessoas com transtorno psiquiátrico grave (esquizofrenia, transtorno bipolar e depressão entraram no recorte da pesquisa) têm uma taxa de mortalidade maior do que a população em geral. A pesquisa foi divulgada na última quinta-feira (11).
A maioria dos estudos de mortalidade entre pessoas com doença mental grave ocorreu em países de alta renda, segundo o estudo. "Nosso objetivo foi estimar o risco relativo de todas as causas e causa específica e a taxa de mortalidade excessiva em uma coorte (grupo de pessoas) nacional de pacientes internados (em unidades do Sistema Único de Saúde) com doença mental grave, em comparação com pacientes internados sem doença mental grave em um país de renda média, Brasil", escreveram os autores do estudo.
Os pesquisadores destacam que pessoas com transtorno mental grave vivem, em média, 10 a 20 anos a menos. Eles chegaram à conclusão que pacientes internados com doença mental grave no Brasil apresentaram alto risco para epilepsia idiopática (de causa desconhecida), tuberculose, HIV e hepatite aguda. Não houve diferença significativa na mortalidade por câncer, em comparação com pacientes internados sem doença mental grave.
"Essas causas identificadas devem ser abordadas como prioridade para maximizar a prevenção da mortalidade entre pessoas com doença mental grave, especialmente em um país de renda média como o Brasil, que tem baixo investimento em saúde mental", destacam os autores.
O estudo incluiu todos os pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) entre 1º de janeiro de 2000 e 21 de abril de 2015. Nesse período, mais de 72 milhões de pacientes foram hospitalizados. Cerca de 750 mil deles com doença mental grave. No total, 5.102.055 morreram. Entre eles, 67.485 eram pacientes psiquiátricos.