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Givenchy: "Suicídio não é uma moda", diz psiquiatra ao repudiar desfile da marca, acusada de apologia à morte e à depressão

Para psiquiatras, acessórios e maquiagens utilizados fazem apologia ao suicídio e à depressão

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Cadastrado por

Cinthya Leite

Publicado em 18/10/2021 às 12:02 | Atualizado em 18/10/2021 às 12:06
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A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) divulga nota, assinada pelo presidente da entidade, Antônio Geraldo da Silva, com manifestação de repúdio aos desfiles realizados pela Givenchy, na semana de moda de Paris, encerrada este mês, acusada de apologia ao suicídio e à depressão. A marca levou para a passarela modelos com colares em forma de um nó de forca, com olheiras avermelhadas, olhos fundos e pretos. Na visão da ABP, os acessórios e as maquiagens utilizados fazem apologia ao suicídio e a transtornos depressivos. 

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"A ABP repudia qualquer forma de apologia e/ou estímulo ao suicídio e à depressão. A glamourização do suicídio é uma tragédia e só contribui para que os números divulgados pela OMS (Organização Mundial de Saúde) aumentem cada vez mais. A cada quarenta segundos, uma pessoa comete suicídio no mundo é a segunda maior causa de morte entre indivíduos com 15 e 29 anos. É preciso entender que o suicídio não é uma moda, antes um mal que precisa ser dissipado da nossa sociedade", diz, em nota, a entidade médica. 

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Confira a nota completa: 

"A Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, através da sua Diretoria Executiva, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo artigo 56, e em cumprimento do que determina o artigo 4º, alíneas “c” e “d” ambos do seu Estatuto Social, tendo em vista os desfiles realizados pela famosa marca Givenchy, na semana de moda de Paris, em flagrante apologia ao suicídio e à depressão, vem a público, dirigir-se à sociedade brasileira para afirmar que:

1. A ABP é internacionalmente conhecida pela sua incansável luta para a melhoria da saúde mental no Brasil e no exterior, trabalhando diariamente pela prevenção da depressão e suicídio. Inclusive, através de campanhas nacionais, como a do Setembro Amarelo® para a conscientização da população sobre os fatores de risco para o comportamento suicida e orientação do tratamento adequado dos transtornos mentais, que representam 96,8% dos casos de morte por suicídio.

2. A ABP repudia qualquer forma de apologia e/ou estímulo ao suicídio e à depressão. A glamourização do suicídio é uma tragédia e só contribui para que os números divulgados pela OMS aumentem cada vez mais. A cada quarenta segundos uma pessoa comete suicídio no mundo é a segunda maior causa de morte entre indivíduos com 15 e 29 anos. É preciso entender que o suicídio não é uma moda, antes um mal que precisa ser dissipado da nossa sociedade.

3. A ABP se mantém firme no compromisso supremo de defender a vida e a saúde mental dos brasileiros, incentivando a promoção da sanidade mental geral, a adoção de tratamentos e procedimentos adequados ao quadro clínico de cada paciente e o combate a qualquer forma de incentivo ou fomento contra a vida, notadamente em tempos de devaneios e instabilidades atualmente vividos no cenário nacional por conta da pandemia da COVID-19.

4. A ABP reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira e permanecerá se posicionando contra qualquer tipo de retrocesso, por meio de suas campanhas e incentivos à boa prática da Medicina, bem como adotando as medidas judiciais e extrajudiciais cabíveis para tanto, através do seu corpo jurídico (ARM Mentoria Jurídica Rua Gonçalves Dias, nº 1.762, Conj. 201, CEP: 30.140-092 Telefone: (31) 98417-4591).

Atenciosamente,

Antônio Geraldo da Silva
Presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria"

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