ANTI-INFLAMATÓRIOS: estudo revela possíveis riscos ao coração em alguns pacientes; entenda
Investigação divulgada em congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia mostra possível relação entre anti-inflamatórios e insuficiência cardíaca
A ingestão de anti-inflamatórios não esteroides (AINE) pode causar insuficiência cardíaca em pacientes diabéticos.
A informação é de um estudo apresentado no congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC-2022), em Barcelona.
O caso que baseou a teoria foi da primeira hospitalização por insuficiência cardíaca registrada em um paciente com diabetes tipo 2.
Saiba como cuidar melhor do seu coração:
RELAÇÃO ENTRE ANTI-INFLAMATÓRIOS E DIABETES
O levantamento acompanhou 331.189 pacientes com diabetes tipo 2 em um período aproximado de seis anos.
Foi identificado que um em cada seis pacientes com diabetes tipo 2, em um ano, consumiu anti-inflamatórios não esteroides (AINE).
No total, 16% dos pacientes pediu, ao menos, uma prescrição de anti-inflamatórios não esteroides (AINE), enquanto 3% solicitou, pelo menos, três prescrições.
Além disso, os indivíduos com esse tipo de diabetes apresentaram probabilidade duas vezes maior de desenvolver insuficiência cardíaca, tornando diabéticos um grupo de risco para o uso de anti-inflamatórios.
Os dados foram coletados através de um estudo feito pelo especialista do Hospital Universitário de Copenhaga (Dinamarca) Anders Holt.
A pesquisa revelou que 23.308 desses participantes, que nunca tinham sido hospitalizados com insuficiência cardíaca antes, precisaram do internamento.
Pacientes que já sofriam de insuficiência cardíaca, ou de condições reumatológicas de uso obrigatório e prolongado de anti-inflamatórios não esteroides, (AINE) foram excluídos da pesquisa.
"Não podemos concluir que os AINE causam problemas cardíacos, mas os resultados sugerem que um potencial aumento do risco de insuficiência cardíaca deve ser tido em consideração ao usar esses medicamentos", explicou Anders Holt.
Os principais anti-inflamatórios consumidos pelos entrevistados foram ibuprofeno (12,2%), diclofenaco (3,3%), naproxeno (0,9%) e celecoxib (0,4%).