PISO SALARIAL ENFERMAGEM

PISO SALARIAL ENFERMAGEM: suspensão da lei mantém trabalhadores recebendo MENOS DE UM SALÁRIO MÍNIMO, diz sindicalista em Pernambuco

Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente do Satenpe, Francis Herbert, lamentou a decisão de Barroso

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Cinthya Leite

Publicado em 05/09/2022 às 16:07 | Atualizado em 05/09/2022 às 16:20
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A enfermagem está presente em todos os braços do Sistema Único de Saúde (SUS). É uma categoria com jornadas duplas e até triplas de trabalho. São trabalhadores que cuidam da nossa saúde a todo instante, do pré-natal ao doloroso momento do óbito. 

Com a suspensão dos efeitos da lei do piso salarial da enfermagem, no domingo (4), pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, a classe está de luto

Em entrevista nesta segunda-feira (5), ao Passando a Limpo, da Rádio Jornal, o presidente do Sindicato Profissional dos Auxiliares e Técnicos de Enfermagem de Pernambuco (Satenpe), Francis Herbert, lamentou a decisão de Barroso.

Presidente do Satenpe repudia suspensão do piso salarial da enfermagem

"Nós, sindicalistas, recebemos com muita estranheza esta decisão do ministro Barroso. A gente viu que o Judiciário se sobrepôs a dois outros poderes: o Legislativo e o Executivo. Isso prejudicou a enfermagem no seu contexto geral, até porque todos (os pontos) que ele pede foram debatidos nos últimos dois anos pelas comissões criadas; o impacto financeiro, os leitos...", disse Francis Herbert. 

Ele acrescentou que a decisão de Barroso prejudica mais de 2 milhões e 400 mil profissionais da enfermagem no Brasil. "Muitos estão vivendo, aqui em Pernambuco, no (cheque) especial. Nós recebemos salário abaixo do mínimo (atualmente é R$ 1.212). Vemos os grandes hospitais com lucros exorbitantes e não repassando parte desse lucro para que tenhamos salário digno", destacou. 

ROBERTA GUIMARÃES/ALEPE
"Muitos estão vivendo, aqui em Pernambuco, no (cheque) especial. Nós recebemos salário abaixo do mínimo (atualmente é R$ 1.212)", relata o presidente do Satenpe, Francis Herbert - ROBERTA GUIMARÃES/ALEPE

Durante o programa na Rádio Jornal, Francis Herbert ressaltou que os argumentos de Barroso não têm fundamento porque foram feitas comissões em que se discutiu o impacto financeiro gerado pelo piso salarial da enfermagem.

"Entendemos que há uma morosidade por parte de quem realmente tem que apresentar as fontes de custeio. Mas isso não impede que nós recebamos da iniciativa privada o que está em lei, o que é constitucional. Vamos entrar com recurso para que a gente tenha esta cautelar sendo avaliada, pelo pleno, o mais rápido possível."

Na visão do presidente do Satenpe, a decisão de de suspender os efeitos da lei do piso salarial da enfermagem surpreendeu a categoria. "Foi muito, muito triste. Entendemos que o ministro é advogado patronal, levando trabalhadores da enfermagem ao análogo à escravidão, trabalhar de graça praticamente, enriquecendo uma grande parte do empresariado na área de saúde", disparou Francis Herbert. 

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