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COVID-19: ENFERMEIROS jovens MORRERAM MAIS do que médicos da mesma faixa etária, aponta estudo

Pesquisa comparou o número de profissionais da enfermagem e médicos mortos pela Covid-19 durante o primeiro ano da pandemia

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Allan Petterson

Publicado em 24/01/2023 às 17:57 | Atualizado em 25/01/2023 às 16:14
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Um estudo feito por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Ensp/Fiocruz) mostrou que profissionais da enfermagem jovens foram os que mais morreram de covid-19 durante a pandemia.

A pesquisa publicada na Revista Ciência e Saúde Coletiva mostrou que enfermeiros, auxiliares e técnicos de enfermagem com até 60 anos de idade representaram 80% dos óbitos por covid-19 no intervalo de um ano (março de 2020 a março de 2021), enquanto os médicos foram 75%.

De acordo com Maria Helena Machado, autora principal do artigo, um dos fatores para explicar a diferença entre os números está no momento em que os enfermeiros ingressam no mercado de trabalho.

Quando começou a pandemia de Covid-19 no Brasil?

“As categorias da enfermagem têm inserção no mercado de trabalho em fases da vida bastante distintas. Os técnicos podem iniciar a jornada por volta dos 18 anos, por exemplo”, explica.

Maria também explica que o ingresso tardio dos médicos no mercado é o que faz com que o número de jovens da enfermagem mortos por covid-19 seja maior. 

“O curso de Medicina é mais longo [do que enfermagem], fazendo com que esses profissionais entrem mais tarde no mercado, o que também contribui para o prolongamento das suas carreiras”, pontua.

ENFERMEIRAS NEGRAS E PARDAS SOMAM OS MAIORES ÍNDICES DE MORTOS POR COVID-19

Um outro recorte desse estudo também demonstrou que as mulheres pretas e pardas da enfermagem também foram as maiores vítimas da covid-19. Veja os números.

Mulheres

  • enfermeiras: 59,9%
  • auxiliares e técnicas: 69,1%

Homens

  • enfermeiros: 51%
  • auxiliares e técnicos: 29,6%

No caso dos médicos, houve predominância absoluta de homens mortos por covid-19: 87,6%, contra 12,4% de mulheres. O recorte sobre a cor e/ou raça não foi disponibilizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

A pesquisa explica que a diferença gritante entre os números apresentados por cada uma das profissões está no fator histórico, uma vez que a medicina foi uma área ocupada majoritariamente por homens até 2009, enquanto a enfermagem possui um quadro de vagas 85% ocupado por mulheres.

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