O QUE É VAPE? Busca por CIGARRO ELETRÔNICO proibido pela ANVISA cresce no Brasil
Apesar da comercialização do vape ter sido proibida pela Anvisa, os produtos continuam a ser vendidos, principalmente na internet, onde o número de buscas cresceu; veja os impactos do cigarro eletrônico na saúde do usuário
As buscas pelos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs), conhecidos como "vape", tiveram um aumento repentino na internet nos últimos dias.
Proibidos pela Agência Nacional de Agência Sanitária (Anvisa), no Brasil, esses produtos ainda podem ser comprados em mercados informais, principalmente na internet.
Apesar de usuários do vape defenderem que o produto é menos que o cigarro convencional, estudos científicos provam o contrário.
O QUE É VAPE
O vape é um dispositivo eletrônico que funciona com uma bateria e tem diferentes formas e mecanismos de ação. Ele pode ser comercializado em formato de cigarro, caneta ou pendrive.
Na maioria das apresentações, o vape possui aditivos de sabores que mascaram as substâncias tóxicas contidas no produto, como a nicotina, causadora do tabagismo.
IMPACTOS DO VAPE NA SAÚDE DO USUÁRIO
Pessoas que utilizam o vape são expostas a uma variedade de elementos químicos gerados de formas diferentes.
Uma pelo próprio dispositivo (nanopartículas de metal), e a outra pelo processo de aquecimento e vaporização de substâncias carcinogênicas - potenciais causadoras de doenças pulmonares e cardiovasculares.
Durante o processo de aquecimento, o propilenoglicol, substância usada para diluir a nicotina do cigarro eletrônico, acaba liberando substâncias como tolueno, acetaldeído, formaldeído e benzeno.
Doenças como a Evali - lesão pulmonar induzida pelo cigarro -, já foram identificadas e relacionadas ao uso do vape.
VAPE AUMENTA AS CHANCES DO USUÁRIO EXPERIMENTAR CIGARRO CONVENCIONAL
Um estudo do Instituto de Câncer (Inca) mostrou que, diferente do que é declarado pelos defensores do dispositivo, o vape aumenta em mais de três vezes o risco de experimentação do cigarro convencional.
Durante a pesquisa, foram analisados 22 estudos de diferentes países sobre o tema, totalizando 97.659 participantes.
“Nossos resultados mostram que o cigarro eletrônico aumenta a chance de iniciação do uso do cigarro convencional entre aqueles que nunca fumaram, contribuindo para a desaceleração da queda no número de fumantes no Brasil”, destaca a coordenadora de Prevenção e Vigilância do Inca, a médica epidemiologista Liz Almeida.
A iniciação do uso do cigarro convencional, a partir do vape, pode ser explicada pelo fato de que cigarros eletrônicos com nicotina podem levar à dependência dessa substância e à procura por outros produtos, aponta a epidemiologista.
“Além disso, a utilização do dispositivo eletrônico repete os comportamentos de uso do cigarro convencional, como os movimentos mão-boca, inalação e expiração", pontua.