Com Lula no Recife, Ministério da Saúde lança estratégia nacional para eliminar o câncer de colo do útero
Estratégia tem como espelho o Programa Útero é Vida, lançado em Pernambuco, em dezembro de 2021, pelo então governador Paulo Câmara, e desenvolvido em parceria com a Opas
Na tarde desta quarta-feira (22), no Recife, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinou uma portaria que determina um novo modelo de prevenção e eliminação do câncer de colo de útero.
A estratégia tem como espelho o Programa Útero é Vida, lançado em Pernambuco, em dezembro de 2021, pelo então governador Paulo Câmara, e desenvolvido em parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas).
A governadora Raquel Lyra também participou, ao lado do presidente Lula, do lançamento da nova estratégia.
Em setembro do ano passado, o Recife iniciou a implementação do Programa Útero é Vida. Agora, o Ministério da Saúde lança uma nova estratégia para controle e eliminação do câncer de colo do útero.
A ministra Nísia Trindade também veio ao Recife, nesta quarta-feira (22), para participar de ato de assinatura da portaria que define a Estratégia de Mudança Tecnológica para Controle e Eliminação do Câncer do Colo de Útero.
A expectativa é testar 20% da população feminina entre 25 e 64 anos para o vírus HPV, vírus sexualmente transmissível, causador do câncer de colo do útero quando não detectado e tratado precocemente.
A partir dos resultados da estratégia realizada em Pernambuco, o governo federal vai avaliar a implementação em toda a rede.
Além do foco na redução de casos e na prevenção, como a vacinação, a iniciativa também prevê a inclusão do teste molecular para detecção do HPV no Sistema Único de Saúde (SUS).
Inicialmente, serão investidos R$ 18 milhões na expansão do projeto piloto do Recife para o Estado de Pernambuco. Em um segundo momento, a iniciativa será ampliada para todo o Brasil.
Na nova estratégia, além da prevenção e controle de casos, o diagnóstico precoce também é fundamental para a redução dos casos graves e óbitos.
Por isso, a nova estratégia prevê uma nova tecnologia para detecção do vírus HPV, com a inclusão do teste de HPV por PCR, exame molecular, no Sistema Único de Saúde (SUS) para aprimorar o rastreio da doença em mulheres de 25 a 64 anos.
Pelo fato de o Recife ser pioneiro do projeto, o Estado de Pernambuco receberá o primeiro investimento do Ministério da Saúde para expansão da estratégia em todo o território.
Cerca de 400 mil mulheres pernambucanas serão testadas, o que corresponde a população feminina na faixa etária de 25 a 64 anos atendida pelo SUS.
A estratégia também prevê a organização da Rede de Atenção do SUS, a implantação do projeto nas Unidades Básicas de Saúde e o monitoramento dos exames.
Atualmente, o diagnóstico da doença no SUS é feito apenas pelo exame citopatológico, conhecido como papanicolau.
Com a nova estratégia, o rastreio será feito por um teste molecular, o RT-PCR, que identifica de forma mais precisa a presença do vírus HPV.
Por ser mais efetivo na prevenção, o exame é recomendado pela Organização Mundial da Saúde.
A orientação do Ministério da Saúde é que, se o exame der positivo, a confirmação do diagnóstico deve ser feita por exame citológico, e a paciente deve ser encaminhada para tratamento.
No caso de resultado negativo, o teste de HPV por PCR deve ser repetido novamente em cinco anos.
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO: O QUE É?
O câncer do colo do útero é o quarto tipo mais comum entre a população feminina, com 17 mil casos registrados em 2023.
Pelo menos 6 mil brasileiras morrem a cada ano em decorrência da doença.
A vacinação contra o HPV e o uso de preservativos são as formas mais eficazes de prevenção.
Atualmente, a vacina é recomendada para adolescentes entre 9 e 14 anos, além de pessoas imunossuprimidas.
Retomar as altas coberturas vacinais no Brasil para todos os imunizantes do Calendário Nacional de Vacinação se faz extremamente necessária.
A queda no índice de vacinação do HPV nos últimos anos (75% entre as meninas em 2022) coloca essa população em risco para o crescimento de casos.
Portanto, atingir a meta de 90% de cobertura é fundamental para garantir a estratégia de eliminação do câncer de colo de útero. O imunizante está disponível em todas as Unidades Básicas de Saúde.
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