Na próxima segunda-feira (10), às 10h, acontece a instalação da Comissão Parlamentar Especial em Defesa dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras neuroatipicidades, da qual o deputado estadual João de Nadegi é autor.
A reunião de instalação será no auditório Ênio Guerra, Anexo I, 4º andar, no prédio da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na Boa Vista, Centro do Recife.
O principal objetivo do colegiado é construir soluções que garantam o respeito e a dignidade das pessoas com autismo, desde o diagnóstico até o acompanhamento profissional.
Além de João de Nadegi, a comissão reúne como membros titilares a deputada Rosa Amorim (PT) e os deputados Rodrigo Novaes (PSB), Eriberto Filho e Rodrigo Farias (PSB).
A deputada Dani Portela (PSOL) e os deputados Mário Ricardo (Republicanos), Renato Antunes (PL), France Hacker (PSB) e Joãozinho Tenório (Patriota) são suplentes.
"Esta é uma pauta que estamos discutindo veementemente no nosso mandato. Graça a Deus e a mobilização de muitos, viabilizamos essa implantação aqui na Alepe em tão pouco tempo. Andei pelo Estado e presenciei o sofrimento de mães e pais de crianças com autismo, que passam noites sem dormir para cuidar dos filhos. É uma dedicação total, que, sem um acompanhamento de profissionais especializados, fica muito difícil", destaca João de Nadegi.
"Sabemos da dificuldade em abrir espaços para as famílias que passam por essa situação, mas precisamos garantir que o respeito e a dignidade sejam assegurados. Por meio dessa comissão, vamos articular maneiras de ajudar essas pessoas. Estamos abertos ao diálogo e construiremos juntos esse caminho", acrescenta.
AUTISMO O QUE É
O transtorno do espectro autista (TEA) é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento que interfere na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento.
É importante frisar que o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de estímulos para independência e qualidade de vida das crianças.
Dados do Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA) mostram que o Brasil realizou, em 2021, 9,6 milhões de atendimentos em ambulatórios, a pessoas com autismo. Desse total, 4,1 milhões foram a crianças com até 9 anos.
O QUE É AUTISMO?
O transtorno de espectro autista (TEA) é um distúrbio caracterizado pela alteração das funções do neurodesenvolvimento, que podem englobar alterações da comunicação, seja na linguagem verbal ou não verbal, na interação social e do comportamento.
As pessoas com autismo podem apresentar ações repetitivas, hiperfoco para objetos específicos e restrição de interesses.
Dentro do espectro autista, são identificados graus que podem ser leves e com total independência, apresentando discretas dificuldades de adaptação, até níveis de total dependência para atividades cotidianas ao longo de toda a vida.
Veja entrevista abaixo com a psiquiatra Rackel Eleutério:
COMO É UMA PESSOA COM AUTISMO?
"As pessoas com autismo podem apresentar algumas características específicas, como manter pouco contato visual, ter dificuldade para falar e dizer o que sente, além de não se sentir confortável em meio a outras pessoas", explica o neurocientista Victor Eustáquio, sócio-fundador da clínica Somar Special Care, localizada no bairro da Torre, Zona Norte do Recife.
Além disso, Victor alerta ainda que é comum a criança ter comportamentos repetitivos como caminhar na ponta dos pés, balançar o corpo pra frente e pra trás, como também brincar com brinquedos de forma diferente. "A criança pode, por exemplo, ao invés de colocar o carrinho para andar no chão, virá-lo e ficar girando as rodinhas", diz.
COMO É O DIAGNÓSTICO DE AUTISMO?
A suspeita inicial do transtorno do espectro autista é feita normalmente ainda na infância, durante as consultas para o acompanhamento do desenvolvimento infantil.
Por ser um diagnóstico essencialmente clínico, a identificação de traços do espectro autista é realizada a partir das observações da criança, entrevistas com os pais e aplicação de métodos de monitoramento do desenvolvimento infantil.
A antecipação da suspeita diagnóstica permite iniciar prontamente a estimulação precoce e encaminhamento da criança para fechamento de diagnóstico.
AUTISMO TEM CURA?
O transtorno do espectro autista não tem cura, mas o diagnóstico precoce permite o desenvolvimento de práticas para estimular a independência e a promoção de qualidade de vida, assim como a acessibilidade para essas crianças.
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