Dados deste mês, divulgados pelo Ministério da Saúde, mostram que a fila de cirurgias eletivas do sistema público de saúde em Pernambuco chega a 103.955 procedimentos.
Ao analisarmos os números absolutos, Goiás (125.894), São Paulo (111.271), Rio Grande do Sul (108.066), Pernambuco (103.955) e Minas Gerais (86,414) lideram a relação de Estados brasileiros com mais procedimentos em espera.
O detalhe é que, se considerarmos a população de cada Estado, Pernambuco assume o 2º lugar no ranking, atrás apenas de Goiás, que tem fila de 1.747 cirurgias paradas a cada 100 mil habitantes; em Pernambuco, são 1.074 operações represadas por 100 mil habitantes.
Em terceiro, vem o Rio Grande do Sul (942/100.000), seguido pelo Acre (858/100.000) e o Rio Grande do Norte (772/100.000).
A cirurgia eletiva é um procedimento agendado com antecedência e que pode ser adiado - geralmente, no prazo de um ano. Entre elas, cirurgia de catarata, retirada da vesícula biliar, remoção das hemorroidas e retirada do útero.
Operações mais graves, como cirurgia de hérnia, remoção de pedras nos rins ou de apêndice, também podem ser classificadas como eletivas.
A classificação desse tipo de cirurgia não significa que ela seja opcional. Apesar de não ser urgente, a cirurgia eletiva é necessária, e há algumas que precisam ser realizadas com maior rapidez, devido a risco de complicações.
Entre elas, a retirada de pedra na vesícula. Se não for feita a cirurgia, a pedra pode levar a uma inflamação, o que exige um procedimento emergencial.
Dentro do Programa Nacional de Redução das Filas, o Ministério da Saúde informou este mês que enviou pouco mais de R$ 9 milhões a Pernambuco para reduzir a fila, mas o recurso só possibilita a realização de 20 mil cirurgias, o que reduz apenas 19% da fila.
Na última semana, a pasta informou que a previsão do Programa Nacional de Redução das Filas é que cinco Estados diminuam em 100% a espera: Tocantins, Sergipe, Piauí, Paraíba e Mato Grosso do Sul.
Em 2023, o programa vai somar R$ 600 milhões em investimento. Desse total, R$ 200 milhões já foram destinados para apoiar os Estados em ações para redução das filas.
A fila de cirurgias eletivas do sistema público de saúde chega a 1 milhão de procedimentos, segundo dados dos planos aprovados e enviados ao Ministério da Saúde.
Com os recursos liberados, as secretarias de saúde estaduais e municipais poderão realizar mais de 487 mil cirurgias, o que representa 45% de redução da fila.
Cada Estado estabeleceu as cirurgias prioritárias, de acordo com a realidade local. Entre os procedimentos mais listados, estão cirurgia de catarata, retirada da vesícula biliar, cirurgia de hérnia, remoção das hemorroidas e retirada do útero.
O programa foi anunciado em fevereiro, no início da atual gestão, e também prevê estratégias para garantir equipes cirúrgicas completas e melhorar o fluxo de atendimento em todo o Brasil.
BALANÇOS DE ANOS ANTERIORES EM PERNAMBUCO
Em outubro de 2021, foi lançado o Programa de Ampliação de Cirurgias Eletivas em Pernambuco: o Opera+PE, com o intuito de resgatar os pacientes que tiveram seus procedimentos adiados ou atrasados por causa da pandemiad e covid-19.
O programa teve um investimento de R$ 81,5 milhões para ampliar a oferta de procedimentos e cirurgias eletivas de média e alta complexidade.
Foram realizados 167.132 procedimentos cirúrgicos eletivos entre os meses de novembro de 2021 a agosto de 2022: 49.439 procedimentos cirúrgicos eletivos no âmbito hospitalar e 117.693 foram realizados no âmbito ambulatorial.
No período de janeiro a agosto de 2022, foram realizadas aproximadamente 157 mil cirurgias eletivas na Rede Estadual de Saúde, o que representa uma média mensal de aproximadamente 19,6 mil procedimentos cirúrgicos eletivos.