MALFORMAÇÃO

FISSURA LABIOPALATINA: Recife sedia Congresso Brasileiro de Fissuras Labiopalatinas

Malformação, que atinge milhares de recém-nascidos e crianças no mundo, será tema de evento sediado, pela primeira vez, na capital pernambucana

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 11/08/2023 às 16:55 | Atualizado em 11/08/2023 às 17:00
DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM
Evento será presidido pelo cirurgião Rui Pereira, coordenador do Centro de Atenção aos Defeitos da Face (Cadefi) do Imip - FOTO: DIEGO NIGRO/ACERVO JC IMAGEM

Conhecida popularmente como lábio leporino, a fissura labiopalatina é uma malformação que atinge milhares de recém-nascidos e crianças mundialmente, o que exige atenção da sociedade e das autoridades sanitárias.

Quando não tratada, essa condição afeta não apenas a saúde, mas a rotina familiar, o convívio em sociedade, a vida social e produtiva dos pacientes e das suas famílias.

O tema ganha destaque durante o Congresso Brasileiro de Fissuras Lábio Palatinas e Anomalias Craniofaciais, que acontece entre 17 e 19 de agosto, no Centro de Eventos Recife, no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul. É a primeira vez que a capital pernambucana sedia o congresso. 

O evento será presidido pelo cirurgião Rui Pereira, coordenador do Centro de Atenção aos Defeitos da Face (Cadefi) do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

Trata-se de um congresso anual, em parceria com a Associação Brasileira de Fissuras Lábio Palatinas (ABFLP), e considerado um marco voltado ao conhecimento dessa anomalias craniofaciais.

Serão abordados conceitos de interdisciplinaridade constantemente evocados e exercidos de forma plena em todas as atividades científicas.

"Nosso compromisso é consolidar protocolos de tratamento, dispositivos tecnológicos atuais, técnicas cirúrgicas e procedimentos adjuvantes, sempre baseados em rigorosas evidências científicas", afirma Rui Pereira.

Convidados internacionais e nacionais, incluindo profissionais do Imip, participarão do evento, à frente de mesas-redondas, debates e conferências.

O Centro de Atenção aos Defeitos da Face (Cadefi) do Imip é um centro especializado no tratamento multidisciplinar de deformidades craniofaciais, como fissuras labiopalatais e outras condições congênitas que afetam a estrutura craniofacial.

"Quando falamos sobre fissura, também não podemos esquecer que o impacto emocional e socioeconômico relacionado a essa condição é muito forte. As consequências não são apenas para os pacientes, mas para todos que vivem no entorno deles", disse Rui Pereira, em entrevista ao JC (leia reportagem completa clicando aqui). 

"O custo social (dessa malformação) não está relacionado só com as despesas que o governo tem com o tratamento, mas especialmente com os dias que a família deixa de trabalhar para oferecer cuidados às crianças e com o desgaste do deslocamento (até os serviços) para atendimento. Muitos trabalhos, inclusive, avaliam o impacto da fissura labiopalatina na comunidade."

Toda essa complexidade exige um longo e cuidadoso tratamento, com um olhar além da cirurgia.

"Procedimentos mal indicados, no momento errado e desnecessários, podem levar a desastres terapêuticos", diz o médico sobre a importância também de uma avaliação pré-operatória.

"Se não considerarmos os detalhes, vêm prejuízos funcional e estético. Além disso, há todo um acompanhamento subsequente à cirurgia. Após a operação, por exemplo, essas crianças precisam reaprender a falar, o que requer um acompanhamento fonoaudiológico", orienta Rui Pereira. 

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