OVERTRAINING: O que é overtraining? Especialista alerta para riscos do treinamento excessivo
Síndrome do excesso de treinamento causa dores, edemas, lesões musculoesqueléticas e até transtornos, como ansiedade, depressão e bipolaridade
O overtraining, também conhecido como síndrome do excesso de treinamento, ocorre quando a pessoa realiza exercícios por muito tempo ou com peso maior do que aguenta.
O overtraining ainda surge quando há um aumento repentino de carga ou intensidade.
Nesses casos, os músculos não se recuperam a tempo para realizar outro grande esforço. Isso faz com que o corpo sofra indesejáveis consequências.
O que acontece no overtraining?
"Dores musculares constantes, edemas e lesões musculoesqueléticas são os efeitos mais comuns. No entanto, ele afeta também o funcionamento de diversos processos e também causa alterações constantes no humor, além de desencadear transtornos como ansiedade, depressão e bipolaridade", diz a diretora técnica da Cia Athletica, Monica Marques.
"Tudo isso resulta em uma piora na qualidade de vida, justamente o oposto da prática regular de atividade física."
Existem dois tipos de overtraining. Um deles é o parassimpático, que acontece quando o sistema nervoso parassimpático se torna dominante e provoca fraqueza muscular e falta de energia.
Quais são os sintomas de overtraining?
O outro tipo de overtraining é o simpático, que impede a recuperação a tempo das fibras musculares, causando rompimentos. Os sintomas são mais perceptíveis e envolvem fadiga, tremores, alteração do sono ou apetite, sudorese intensa, olheiras, dor de cabeça, aumento da pressão arterial, aceleração do metabolismo e queda na capacidade motora, entre outros.
O que fazer em overtraining?
O repouso é a única solução para os sintomas do overtraining. Com a parada, os músculos se recuperam adequadamente.
Dessa forma, o atleta perde boa parte do avanço que vinha alcançando com os treinamentos, pois há uma queda do condicionamento físico, da resistência, da flexibilidade, do equilíbrio e até mesmo do sistema imunológico.
Após a pausa, ainda é importante voltar com redução na intensidade dos exercícios.
"O tempo desse descanso depende das alterações fisiológicas de cada corpo. O tratamento também consiste em uma dieta balanceada e ingestão abundante de água. O ideal é consultar um médico assim que sentir os sintomas citados, atuar com uma equipe multidisciplinar e só voltar aos treinamentos após a autorização deles", diz a especialista.
Para evitar chegar nesta condição, Monica Marques aponta que nunca se deve fazer mais exercícios, séries ou repetições além do programa de treino que o educador físico preparou. Por exemplo, ao aumentar a carga na semana anterior, não se deve aumentá-la novamente; apenas quando o professor indicar.