DIETA LOW CARB

Dieta low carb emagrece mesmo, mas não é recomendada para todos, explica nutricionista; veja como deve ser consumo saudável dos carboidratos

Arroz, trigo, batata, mandioca e as frutas são fontes de carboidratos; alimentos não podem ser retirados do cardápio sem orientação nutricional

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Gabriel dos Santos

Publicado em 14/11/2023 às 10:31 | Atualizado em 14/11/2023 às 11:35
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Há alguns anos, cortar carboidratos da alimentação virou um tema popular em consultórios de nutricionistas e nas rodas de conversa entre amigos que querem emagrecer. A famosa dieta “low carb”, de fato, pode ajudar na perda de alguns quilos - mas não é milagreira. Diferente do que muitas pessoas acreditam, os carboidratos não são vilões, têm importância na saúde do organismo e, a retirada deles da alimentação sem acompanhamento especializado, pode trazer diversos malefícios para o ser humano.

Alguns alimentos ricos em carboidratos são:

  • arroz,
  • milho,
  • aveia,
  • trigo (presente em pães e macarrões, por exemplo),
  • cevada,
  • quinoa,
  • batata,
  • mandioca,
  • batata-doce,
  • inhame,
  • rabanete,
  • cenoura,
  • nabo e
  • beterraba.

Para tirar dúvidas sobre os benefícios e cuidados necessários da dieta low carb, conversamos com Alyne Nunes. Ela é nutricionista e professora do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG). Ela explica que os carboidratos têm como função o fornecimento de energia.

“Após serem ingeridos, os carboidratos são rapidamente convertidos em glicose. Eles têm a função de fornecer a maior parte da energia necessária para manutenção das atividades das pessoas e, principalmente, prover o cérebro de energia suficiente para seu funcionamento”, comenta a nutricionista.

Por que algumas pessoas consideram o carboidrato vilão na dieta?

“Os carboidratos são bem vindos na alimentação de forma planejada. Ele é considerado o vilão porque, em quantidades e qualidade inadequadas, pode acarretar o acúmulo de gordura e, consequentemente, de peso. Outro fator que pode ocorrer pelo excesso de consumo é o aumento de triglicerídeos no sangue, o que pode resultar em diabetes tipo 2”, detalha Alyne Nunes.

Por outro lado, Alyne alerta que os carboidratos não podem ser retirados da dieta de qualquer jeito.

“Quando se corta o carboidrato sem a devida orientação e acompanhamento, o organismo pode reagir mal e alguns sintomas indicam isso: cansaço físico e mental, queda de energia e rendimento, esquecimento, deficiência de minerais e vitaminas, tremores, dores no corpo, queda do sistema imunológico e viroses”.

E mais: “Eliminar totalmente os carboidratos da dieta pode causar sintomas como dores de cabeça, falta de energia, alterações de humor, dificuldade de concentração e ansiedade”, destaca Alyne.

DIETA LOW CARB

A nutricionista explica que estudos apontam que “a dieta Low Carb mostrou-se eficaz na redução do peso corporal, no aumento dos níveis de HDL, redução dos Triglicerídeos (TG) e no controle glicêmico”.

“A dieta low carb é indicada para pessoas com taxas anormais de açúcar no sangue, com alteração da quantidade de insulina e glicemia, como é o caso de quem tem diabetes tipo 2, epilepsia, esteatose, síndrome metabólica, dislipidemias e resistência à insulina. Algumas pessoas que buscam uma alimentação mais natural também muitas vezes optam por essa dieta por questão de saúde”, comenta Alyne Nunes.

Quem não deve seguir uma dieta sem carboidratos?

“A dieta low carb não é recomendada para todas as pessoas e é contraindicada para quem tem alto gasto energético e quem necessita consumir carboidratos suficientes para a manutenção do organismo. Esse é o caso de mulheres grávidas, atletas, principalmente, os de alto rendimento, crianças e adolescentes”, responde a Nutricionista.

Como funciona a dieta low carb?

“O termo “low carb” inclui dietas que ofertam desde 100g até menos de 50g de carboidrato por dia. Em termos gerais, uma dieta low carb se concentra em proteínas e alguns vegetais sem amido. Uma dieta pobre em carboidratos geralmente limita o consumo de grãos, legumes, frutas, pães, doces, massas e vegetais ricos em amido e, às vezes, nozes e sementes", explica.

"Além disso, diminui o açúcar e as gorduras do sangue, como triglicerídeos e colesterol, sendo uma ótima opção de alimentação para pessoas com esteatose hepática (acúmulo de gordura no fígado)”, detalha Alyne.

O período em que a dieta deve ser seguida vai depender da estratégia adotada pelo nutricionista. Em alguns casos, por exemplo, ao longo de 14 dias, no almoço e no jantar, o indivíduo deve reduzir a ingestão dos carboidratos. Em outros casos, a dieta pode durar 7 dias.

“Por apresentar um estilo de alimentação diferente do usual, algumas pessoas podem questionar a segurança dessa dieta a longo prazo. Mas não se preocupe, não há problema nenhum em trocar carboidratos refinados por alimentos in natura em sua alimentação”, tranquiliza a especialista.

Em se tratando de carboidratos, o que deve ser evitado por todas as pessoas que queiram ter uma saúde melhor?

“As melhores fontes de carboidrato são os alimentos integrais, naturais e com boa dose de fibras. São estas que retardam a absorção do açúcar dos alimentos, evitando os picos de glicose no sangue e prolongando a sensação de saciedade. Devem ser evitados alimentos em excesso, como gorduras, alimentos industrializados, alimentos ricos em sódio e em açúcar. Desembalar menos e descascar mais. Optar por uma alimentação o mais natural possível”, finaliza a especialista.

Esta matéria foi feita após consulta com a nutricionista Alyne Nunes (CRN 6 13058).

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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