ANESTESIAS: medos e mitos antes e após as cirurgias
Conheça os tipos de anestesias, riscos e complicações do procedimento, em uma entrevista com Liege Macedo, anestesista no Hospital Jayme da Fonte
Além de proporcionar conforto ao paciente durante intervenções cirúrgicas, a anestesia desempenha um papel vital na medicina moderna ao permitir procedimentos mais complexos e prolongados. Sua aplicação possibilita a realização de cirurgias delicadas, como as cardíacas e neurológicas, que exigem precisão e estabilidade.
A constante evolução das técnicas anestésicas e a personalização do cuidado anestésico contribuem significativamente para a segurança e o bem-estar dos pacientes, destacando a importância contínua desse campo na prática médica.
Principais tipos de anestesia e como funcionam
A anestesia geral atua induzindo inconsciência total ao afetar o sistema nervoso central e bloquear respostas a estímulos dolorosos, podendo ser administrada em vários tipos de cirurgias. A sedação, por sua vez, varia de superficial a profunda, sendo utilizada em procedimentos menores, como também pode estar associada aos bloqueios e à anestesia local.
A anestesia regional inclui bloqueios como a raquianestesia e a peridural, que anestesiam regiões específicas do corpo. Já a anestesia local insensibiliza áreas menores, sendo ideal para procedimentos menos invasivos.
"A anestesia é uma ciência multifacetada, e compreender cada tipo é crucial para uma prática segura", destaca a anestesista Liege Macedo, coordenadora do setor de anestesia no Hospital Jayme da Fonte.
Mitos sobre a anestesia
Segundo a especialista, um dos principais mitos é que a anestesia geral é perigosa. "É importante ressaltar que a anestesia é um procedimento seguro e que os riscos são mínimos. No entanto, é natural que as pessoas tenham medo do desconhecido. Por isso, é importante conversar com o médico anestesista sobre os riscos e benefícios da anestesia antes da cirurgia", aponta.
Complicações como reações alérgicas, dificuldades respiratórias e alterações na pressão arterial, embora raras, reforçam a importância da monitorização durante o procedimento, especialmente em pacientes com comorbidades, como diabetes ou hipertensão, por exemplo.
Outro mito comum é que é possível acordar durante a anestesia. "A consciência transoperatória é incomum, mas em pacientes de alto risco ou em anestesias superficiais, pode ocorrer", adverte Liege Macedo.
Efeitos colaterais
Liege denomina o debate sobre os potenciais problemas de memória relacionados à anestesia como uma questão complexa. "Estudos sugerem leves alterações pós-operatórias na cognição, especialmente em idosos. Porém, esses estudos são feitos através de mecanismos que não são totalmente compreendidos", esclarece a anestesista.
No que diz respeito a reações alérgicas, a profissional alerta que, apesar das formas graves serem raras, a equipe médica deve estar preparada para lidar prontamente com essas situações. "A segurança do paciente é uma prioridade, e medidas são tomadas para garantir que qualquer reação alérgica seja tratada de forma eficaz", ressalta.
Hospital Jayme da Fonte
Com mais de 68 anos, o Hospital Jayme da Fonte tem investido na excelência de seus serviços. Isso tem sido reconhecido por importantes entidades que atuam no setor: a Organização Nacional de Acreditação (ONA), uma das mais importantes certificadoras na área de saúde do país, outorgou este ano, mais uma vez, o Selo prata para a unidade.
Além disso, a UTI Cardiológica recebeu título de eficiência, pela Associação de Medicina Intensiva Brasileira e pela Epimed Solutions, que avaliaram 180 unidades de todo o país.