SAÚDE

Glicose alta em crianças: saiba qual o valor normal da glicemia infantil; veja tabela

Veja quais os valores normais de glicose para crianças e quando ficar atento a possíveis variações

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Cadastrado por

Flávio Oliveira

Publicado em 20/03/2024 às 6:34
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Quando o exame de sangue de uma criança é realizado de maneira apropriada, é incomum e não é esperado que os valores de glicemia apresentem alterações.

No entanto, caso isso ocorra, o recomendado é aguardar a interpretação do pediatra, que deve conduzir uma investigação mais detalhada do quadro e descartar a suspeita de diabetes, conforme explicado por Paulo Telles, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

Quais são os valores normais de glicemia para crianças?

Quando coletada em jejum, após um período de 8 horas ou mais sem ingestão de alimentos, a glicemia em crianças (a partir de 1 ano de idade) apresenta valores semelhantes aos dos adultos. Considera-se normal uma faixa entre 70 e 99 mg/dL.

Já a glicemia pós-prandial, medida uma ou duas horas após as refeições, pode atingir até 140 mg/dL, de acordo com a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).

Aumento nos níveis de glicemia no exame da criança

Em crianças sem diagnóstico de diabetes, é possível que os valores de glicemia estejam elevados - indicando valores mais altos - quando o jejum não é realizado corretamente para a coleta de sangue.

"É uma situação comum em exames da infância", afirma o pediatra. Além disso, certas atividades físicas, uso de medicamentos, processos infecciosos, condições que causem estresse ou, em adolescentes, mudanças hormonais também podem impactar nos níveis de glicose.

Quando os níveis de glicemia são preocupantes?

Uma intolerância à glicose na criança pode ser indicada quando os níveis de glicemia em jejum estão entre 100 e 125 mg/dL, ou entre 140 e 199 mg/dL na medição pós-prandial (duas horas após a refeição).

"É uma fase chamada de pré-diabetes. Muitas vezes, a glicemia ainda não está alterada, ou está pouco alterada", esclarece Mônica Andrade Lima Gabbay, endocrinologista pediátrica e coordenadora do Departamento de Diabetes Tipo 1 na Pediatria da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD).

Durante esse período, a criança também pode apresentar pressão arterial elevada, alterações nos níveis de lipídios no sangue, como colesterol e triglicerídeos, e sinais de resistência à insulina, como o escurecimento das dobras cutâneas.

O quadro de pré-diabetes do tipo 2 pode ser revertido à medida que a criança adota hábitos alimentares mais saudáveis e pratica atividade física, por exemplo.

Uma glicemia acima de 126 mg/dL em jejum, ou superior a 200 mg/dL no período pós-prandial, é diagnosticada como diabetes. "A maioria das crianças com a doença apresenta o tipo 1, que é autoimune", explica Mônica.

Nesse quadro, o próprio sistema imunológico ataca e destrói as células pancreáticas responsáveis pela produção de insulina. Consequentemente, desde o momento do diagnóstico, a criança precisará receber doses desse hormônio, que facilita o transporte de açúcar do sangue para as células.

Embora o quadro não seja reversível, é possível detectar o DM1 antes mesmo de a criança apresentar sintomas óbvios da doença.

"No tipo 1, já existe uma predisposição genética associada à presença dos anticorpos. A criança vai perdendo a capacidade de produzir insulina e pode, ainda, passar por gatilhos, como uma infecção importante, o uso de corticoides e situações de estresse intenso", destaca a endocrinologista pediátrica.

*Com informações de Terra

“A matéria apresentada neste portal tem caráter informativo e não deve ser considerada como aconselhamento médico. Para obter informações fornecidas sobre qualquer condição médica, tratamento ou preocupação de saúde, é essencial consultar um médico especializado.”

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