Mpox: Suécia confirma primeiro caso de cepa mortal de mpox fora da África

Agência de Saúde Pública da Suécia confirma que esta é a mesma cepa do vírus detectado na República Democrática do Congo em setembro de 2023

Publicado em 15/08/2024 às 14:59 | Atualizado em 15/08/2024 às 15:09

O primeiro caso da variante de mpox fora do continente africano foi confirmado, nesta quinta-feira (15), pela Agência de Saúde Pública da Suécia. Na véspera (14), a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou a mpox como uma emergência de saúde pública internacional - nível de alerta mais elevado.

Segundo a instituição, uma pessoa procurou assistência médica em Estocolmo (capital da Suécia) por ter sido infectada pela variante clade I, que causou um surto recente na República Democrática do Congo e fez a OMS declarar mpox como emergência internacional.

"Uma pessoa foi infectada durante uma estadia na parte da África onde há um grande surto de mpox clade I", disse a epidemiologista estadual da Agência de Saúde Pública da Suécia, Magnus Gisslén.

A instituição indicou que a "Suécia está preparada para diagnosticar, isolar e tratar pessoas com mpox de forma segura" e que "casos importados ocasionais como o atual poderão continuar a ocorrer".

Ainda assim, a agência destaca que "o fato de um paciente com mpox receber tratamento no país não representa um risco para a população geral, um risco que o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças considera atualmente muito baixo".

Em nota no site institucional, a agência ressalta que o país tem acesso a vacinas e antivirais.

"Este caso por si só não requer quaisquer medidas adicionais de controle de infecção, mas levamos muito a sério o surto causado pela variante clade I. Estamos monitorizando de perto o surto e avaliando continuamente se são necessárias novas medidas", afirmou Magnus Gisslén.

Aproximadamente 300 casos de mpox foram identificados anteriormente na Suécia, todos ligados ao surto global da variante do vírus do clado IIb (que causou a explosão de casos em 2022). 

Entenda o novo cenário epidemiológico de mpox 

Desde o início de 2024 (até 26 de julho de 2024), o Ministério da Saúde da República Democrática do Congo relatou 14.479 casos de mpox e 455 mortes.

De acordo com o relatório, "o número de casos relatados nos primeiros seis meses deste ano corresponde ao número relatado em todo o ano passado".

Casos da nova variante também foram notificados em Ruanda, Uganda e Quênia.

"É uma situação que deveria preocupar todos nós", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, em coletiva de imprensa, na quarta-feira (14), quando declarou mpox como emergência em saúde pública global. A nova variante está associada a uma transmissão sustentada, bem como à ocorrência de casos em uma faixa etária mais ampla do que em surtos anteriores, incluindo crianças.

A OMS já havia tomado uma decisão parecida em 2022, diante do surto mundial de mpox causado por uma cepa conhecida como clade IIb.

A questão é que, nesta epidemia atual, que se originou na República Democrática do Congo e está, por enquanto, limitada à África, tem particularidades. O vírus agora é mais contagioso e perigoso, com taxa de mortalidade estimada em 3,6%.

A mpox é uma doença viral que se propaga do animal para o humano, mas também é transmitida por contato físico próximo com uma pessoa infectada pelo vírus.

A nova cepa provoca erupções cutâneas em todo o corpo, enquanto as cepas anteriores se caracterizavam por erupções localizadas e lesões na boca, no rosto ou nas partes genitais.

"A detecção e a rápida disseminação de uma nova variante de mpox na República Democrática do Congo, a detecção dessa mesma variante em países vizinhos que não haviam reportado casos da doença anteriormente e o potencial de disseminação em toda a África e além são muito preocupantes", disse Tedros.

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