Donald Trump: o que significa a saída dos Estados Unidos da OMS

O país é o principal doador da agência de saúde. Dessa maneira, a quebra de laços deve causar interrupções em iniciativas de saúde global

Publicado em 21/01/2025 às 16:11 | Atualizado em 21/01/2025 às 16:13
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No primeiro dia de segundo mandato (20 de janeiro), o presidente americano, Donald Trump, assinou um decreto (entre cerca de 100 ordens executivas) para os Estados Unidos deixarem a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma instituição com sede em Genebra que ele atacou previamente pela resposta à pandemia de covid-19. 

Neste momento em que a saúde pública mundial enfrenta desafios significativos, o rompimento de relações dos Estados Unidos com a agência de saúde das Nações Unidas tem consequências importantes, especialmente no financiamento dos programas da organização. 

O país, principal doador da OMS, fornece um financiamento vital para manter diversas operações da agência de saúde. Assim, essa quebra de laços deve gerar uma reestruturação da instituição e pode causar interrupções em iniciativas de saúde global.

Nesta terça-feira (21), o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, lamentou o anúncio da retirada dos Estados Unidos da organização e expressou pesar com a decisão. Ele ressaltou que o país não apenas contribuiu, como também se beneficiou da participação na agência de saúde das Nações Unidas.

"Esperamos que os Estados Unidos reconsiderem e estamos ansiosos para nos envolver em um diálogo construtivo para manter a parceria entre os EUA e a OMS, em benefício da saúde e do bem-estar de milhões de pessoas ao redor do mundo", disse Tedros.

Veja o que pode ocorrer com a saída dos Estados Unidos da OMS 

Esse rompimento pode prejudicar a capacidade de resposta a crises sanitárias globais e desestabilizar o financiamento de programas essenciais de saúde. Além disso, a saída dos Estados Unidos da OMS abre espaço para novas dinâmicas geopolíticas; outros países podem assumindo maior protagonismo na saúde pública mundial.

Confira abaixo em tópicos:

Perda de influência global na saúde pública

Os Estados Unidos são um dos maiores financiadores da OMS, o que dá ao país grande influência nas decisões da organização. Com a saída, essa influência é reduzida e deixa espaço para que outros países assumam maior protagonismo. A lacuna deixada pelos Estados Unidos pode ser preenchida por potências como a China ou a União Europeia, e isso tende a alterar a dinâmica de poder e a liderança na saúde global.

Impactos financeiros e em pesquisa médica e outros setores

Parte do financiamento da OMS vai para programas de combate a doenças como malária, HIV/aids e poliomielite. Ao sair da entidade, os Estados Unidos perdem acesso a esses esforços, o que pode prejudicar iniciativas que também afetam americanos. 

Desestabilização da OMS

Como os Estados Unidos contribuem com uma parte significativa do orçamento da OMS, a falta desses recursos pode fazer com que programas importantes, especialmente em países em desenvolvimento, possam sofrer cortes ou atrasos. Houve, por exemplo, contribuição americana na erradicação da varíola e nos avanços para o fim da poliomielite. 

Aumento das desigualdades de saúde

Como a OMS utiliza os fundos de grandes financiadores para atender a países mais vulneráveis, a ruptura dos Estados Unidos com a agência tende a dificultar o combate a epidemias, campanhas de vacinação e melhorias em sistemas de saúde em regiões mais vulneráveis. 

Riscos para a segurança sanitária global

Doenças infecciosas não respeitam fronteiras. Se os Estados Unidos deixarem de participarem de esforços globais coordenados, o risco de surtos, epidemias e pandemias mal geridas aumenta.

Possível retrocesso no combate a doenças

Programas vitais para erradicar doenças globais podem sofrer com a falta de financiamento, e isso desacelera progressos feitos nas últimas décadas.

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