VIOLÊNCIA

ESTADO DE EMERGÊNCIA PERU: País entra em alerta após confrontos violentos entre Exército e manifestantes; veja o que se sabe

ESTADO DE EMERGÊNCIA PERU: País entra em alerta após confrontos violentos entre exercito e manifestantes; veja o que se sabe

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Julianna Valença

Publicado em 14/12/2022 às 15:58 | Atualizado em 14/12/2022 às 16:00
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Da AFP

O novo governo peruano decretou, nesta quarta-feira (14), estado de emergência em todo país por 30 dias. O país tem sido cenário de violentos confrontos entre as forças de segurança nacional e manifestantes.

Grupos de civis estão nas ruas do país exigindo eleições gerais imediatas e a libertação do presidente deposto Pedro Castillo, após seu autogolpe fracassado.

"Ficou acordado declarar estado de emergência para todo o país, devido ao vandalismo e à violência, à tomada de estradas e vias (...), que estão sendo controlados pela Polícia Nacional e pelas Forças Armadas", anunciou o ministro da Defesa, Alberto Otárola.

CRISE NO PERU

O ex-presidente peruano Pedro Castillo, acusado de "rebelião" e "conspiração", permanecerá preso em uma base policial, depois que um tribunal de apelações declarou seu pedido de liberdade improcedente na terça-feira, enquanto prosseguem os protestos que já deixaram sete mortos e 200 feridos no país.

O juiz César San Matín decidiu "declarar improcedente o recurso interposto pela defesa do réu", que pediu sua soltura antes que expirassem os sete dias de sua prisão preventiva, ocorrida na última quarta-feira.

A destituição de Castillo, no entanto, provocou uma onda de protestos de simpatizantes do ex-presidente, em particular no sul do país, que exigem eleições antecipadas e a libertação do esquerdista.

CONFRONTO

As Forças Armadas já patrulham as ruas ao lado da polícia em várias cidades sob estado de emergência.

Em Lima, dezenas de manifestantes que pretendiam chegar ao Congresso enfrentaram a polícia com pedras e os agentes de segurança responderam com gás lacrimogêneo.

Várias estradas permanecem bloqueadas em 13 das 24 regiões do país, segundo a polícia.

As regiões mais agitadas se encontram ao sul, onde ficam a turística Cusco, Arequipa, a segunda maior cidade do país, Puno e Apurímac, cidade natal de Boluarte.

"É uma situação de convulsão social muito séria, tememos que isso leve a um motim, porque existem pessoas chamando à insurgência, pedindo para pegar em armas", disse à AFP a defensora do Povo, Eliana Revollar.

Vários sindicatos agrários e indígenas iniciaram nesta terça-feira uma "greve por tempo indeterminado" para exigir eleições gerais, o que provocou a suspensão do serviço ferroviário entre Cusco e a cidadela inca Machu Picchu, joia do turismo peruano.

Dina Boluarte, vice-presidente do país, tenta negociar com o Congresso a antecipação das eleições gerais de abril de 2026 para abril de 2024, mas os simpatizantes de Castillo querem eleições imediatas.

 

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