FEMINICÍDIO

Polícia conclui 1ª investigação de PM que matou esposa e atirou em colegas de batalhão no Recife

Soldado da Polícia Militar foi indiciado pelo crime de feminicídio. Outra investigação está em curso para saber o motivo dos tiros disparados contra outros policiais

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 04/01/2023 às 9:25 | Atualizado em 11/07/2023 às 12:43
IMAGEM AUTORIZADA PELA FAMÍLIA
Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, foi assassinada a tiros na casa da mãe, no Cabo de Santo Agostinho. Ela estava grávida de três meses do policial - FOTO: IMAGEM AUTORIZADA PELA FAMÍLIA

A Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações relacionadas à morte de Cláudia Gleice da Silva, de 33 anos, no Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. O soldado da Polícia Militar Guilherme Santana Ramos de Barros, 27, foi indiciado pelo crime de feminicídio.

O caso aconteceu no dia 20 de dezembro de 2022. Logo após matar a esposa, o soldado rendeu um motorista de aplicativo e seguiu para o 19º Batalhão, no bairro do Pina, Zona Sul do Recife, onde atirou em colegas de farda e depois teria se matado. 

Em depoimentos colhidos pelos investigadores da 14ª Delegacia de Polícia de Homicídios, ficou claro que o soldado não aceitava o fim do relacionamento e que também praticava agressões contra a mulher, que estava grávida de três meses. 

A Polícia Civil informou que o resultado do inquérito de feminicídio foi encaminhado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Como o suspeito está morto, a tendência é que o promotor responsável por analisar o caso solicite à Justiça o arquivamento.

SEGUNDA INVESTIGAÇÃO

A segunda investigação, sob a responsabilidade da Polícia Militar, precisa esclarecer os possíveis motivos que levaram o soldado Guilherme Barros a atirar nos colegas de farda. Além disso, o inquérito vai apontar se ele realmente cometeu suicídio logo em seguida. 

Enquanto seguia para o batalhão, o soldado teria dito que iria "matar os inimigos". Essas possíveis desavenças estão sendo investigadas.

O sargento Maurino Uchoa, baleado de raspão na cabeça, e cabo Paulo Rebelo, ferido no ombro, já foram ouvidos pelos investigadores. 

Também foram atingidos pelos tiros o 2º tenente Wagner Souza do Nascimento, de 30 anos, que morreu na hora, e a major Aline Maria Lopes dos Prazeres Luna, 42, que era subcomandante do 19º Batalhão. A PM chegou a ser socorrida e levada para o Hospital Português, mas faleceu no mesmo dia - horas após passar por cirurgia.

Procurada, a Polícia Militar disse apenas que "o inquérito policial militar ainda não foi concluído".

CÂMERAS AJUDAM NA INVESTIGAÇÃO

REPRODUÇÃO

Na sala de monitoramento do 19º batalhão, câmera filmou momento em que tiros são disparados pelo soldado e PMs tentando se proteger - REPRODUÇÃO

Imagens de câmeras de segurança mostraram o momento em que o soldado aparece de mochila entrando no batalhão. Ele passa por colegas e segue por um corredor até chegar na sala de monitoramento, onde imediatamente após abrir a porta efetua vários tiros contra outros policiais, que tentam se proteger.

Segundos depois, Guilherme sai pela mesma porta e, um pouco a frente, outro militar aparece armado. A imagem indica uma possível troca de tiros. O soldado volta à sala de monitoramento e corre. Não fica claro, no entanto, se ele foi atingido por algum tiro. A informação, inicial, é de que ele se matou. 

VEJA VÍDEO COM AS IMAGENS:

 

 

REPRODUÇÃO
Na sala de monitoramento do 19º batalhão, câmera filmou o momento em que tiros foram disparados pelo soldado Guilherme Barros. Imagens mostraram PMs tentando se proteger - FOTO:REPRODUÇÃO
REPRODUÇÃO/TV JORNAL
Depois de matar a mulher, soldado invadiu e atirou em colegas do 19º Batalhão, no bairro do Pina - FOTO:REPRODUÇÃO/TV JORNAL

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