Um dia após dois detentos ficarem feridos à bala durante uma briga, uma vistoria realizada por policiais penais recolheu armas de fogo, carregadores, facões e drogas na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. O detalhe é que a unidade prisional é, segundo o governo do Estado, de segurança máxima.
A confusão aconteceu na noite da última sexta-feira (24), quando presos de dois pavilhões entraram em confronto e houve a troca de tiros entre eles. Os dois baleados foram socorridos e encaminhados para uma unidade de saúde e já receberam alta.
Nesse sábado à noite, os policiais penais realizaram a vistoria. Foram apreendidos na Barreto Campelo:
16 facas industriais;
47 gramas de substância que aparenta ser crack;
236 gramas de substância que aparenta ser maconha;
156 big bigs de maconha;
2 balanças de precisão;
8 munições calibre .380;
43 munições cal.40;
1 pistola cal.380, numeração raspada;
2 pistolas cal. .40;
2 carregadores de Pistola cal.380;
4 carregadores de Pistola cal.40.
A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos afirma que está investigando a confusão que resultou em dois detentos feridos.
BAIXO EFETIVO DE POLICIAIS PENAIS EM PERNAMBUCO
Segundo o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Pernambuco (Sinpolpen-PE), as recorrentes confusões na unidade prisional são acontecem por causa do baixo efetivo de policiais penais.
Há apenas cinco policiais penais de plantão para 1.045 presos. A capacidade do espaço é de 640 vagas.
O presidente do sindicato, João Batista de Carvalho Filho, denuncia que a situação piorou com o "exoneraço" de cargos comissionados promovido pelo novo governo Raquel Lyra (PSDB) em 2 de janeiro, e pede providências da gestão estadual.
"O governo não nomeou inúmeros cargos comissionados operacionais do Sistema Penitenciário até o presente momento , e são tais setores que fazem o devido controle e comando
"Este tipo de crime está acontecendo pelo baixo efetivo de Policiais Penais para guarda interna. É necessário efetivo suficiente para ter rondas periódicas e postos avançados dentro dos presídios para conter presos", disse, por nota.
João Batista alegou que há "inúmeras licitações" travadas, acúmulo de processos judiciais com perca de prazos por falta de gerente jurídico e setores importantes sem pessoas no comando.
DETENTO ASSASSINADO NO BARRETO CAMPELO
Esta é a segunda vez, em menos de um mês, que há um caso de detentos atingidos a tiros na Penitenciária Barreto Campelo. Em 3 de março, Eduardo Pereira Canha Júnior, de 32 anos, foi assassinado.
Imagens divulgadas na imprensa mostraram que a vítima andava na penitenciária segurando um objeto quando outro presidiário chega, aponta uma arma e atira à queima-roupa contra Eduardo, que cai no chão.