HOMICÍDIO CULPOSO

PM foi morto por outro policial em troca de tiros com bandidos no interior de Pernambuco, aponta investigação

Veja detalhes da investigação que durou um ano e meio

Raphael Guerra
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Raphael Guerra
Publicado em 09/05/2023 às 9:25 | Atualizado em 09/05/2023 às 9:33
PMPE/DIVULGAÇÃO
Cabo Felipe Correia de Oliveira foi morto com um tiro na nuca em Paudalho - FOTO: PMPE/DIVULGAÇÃO

Após um ano e meio, a Polícia Civil de Pernambuco concluiu as investigações relacionadas à morte do policial militar Felipe Correia de Oliveira, de 36 anos, atingido com um tiro na nuca durante perseguição a criminosos no Alto do Cruzeiro, em Paudalho, na Mata Norte do Estado. 

As investigações apontaram que o tiro que atingiu o cabo Felipe foi disparado por outro policial militar, que também foi acionado para a ocorrência contra os bandidos. O autor foi identificado como Wagner José Pascoal Pessoa, que foi indiciado pelo crime de homicídio culposo (quando não há intenção de matar).

A coluna Segurança, deste JC, teve acesso a detalhes do inquérito policial.

No relatório enviado, na última semana, ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), o delegado Ênio da Silva Maia destacou que os depoimentos dos PMs foram fundamentais para o esclarecimento do caso, visto que a reprodução simulada não conseguiu apontar quem atirou no cabo Felipe.

O caso trágico aconteceu em 24 de outubro de 2021. Os policiais receberam informações de que criminosos armados estariam em uma casa em Paudalho e se deslocaram até o local, que acabou resultando na troca de tiros. Além do cabo, outros dois suspeitos morreram - incluindo um adolescente.

Em depoimento, Wagner José Pascoal Pessoa relatou o momento da troca de tiros com os suspeitos e disse que, em determinado momento, percebeu que o cabo Felipe estava caído no chão. Também afirmou que não sabia precisar se o tiro que atingiu o PM foi disparado por ele ou por outro colega de farda que estava próximo.

A perícia balística confirmou que o tiro que matou o cabo Felipe saiu de uma arma de fogo calibre .40, ou seja, a utilizada pelos policiais. No entanto, o resultado deu inconclusivo em relação a apontar de qual das armas o projétil saiu.

A reprodução simulada também não chegou a um resultado preciso. Apontou apenas que o tiro provavelmente saiu da arma de Wagner ou do outro colega que acompanhava os policiais. 

No entanto, ao ouvir os depoimentos dos PMs envolvidos e identificar que o tiro atingiu a nuca do cabo Felipe, o delegado concluiu que o disparo foi feito por Wagner, que estava logo atrás da vítima. 

IMPRUDÊNCIA LEVOU A TIRO ACIDENTAL, APONTA DELEGADO

Ainda no relatório enviado ao MPPE, o delegado destacou que o PM Wagner José Pascoal Pessoa agiu com "imprudência", o que resultou no tiro acidental que atingiu o colega de farda. 

O promotor responsável pela análise vai decidir se concorda com o resultado do inquérito e denuncia o PM por homicídio culposo à Justiça ou se pede novas diligências. Pode ainda opinar pelo arquivamento da investigação. 

A pena para o crime de homicídio culposo pode variar de um a três anos de detenção. 

A coluna não conseguiu contato com a defesa do policial indiciado. O espaço segue aberto. 

 

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