Pernambuco somou 301 mortes violentas em maio de 2023, segundo estatísticas da Secretaria de Defesa Social (SDS). Foram cinco registros a menos que no mesmo período do ano passado.
No acumulado, o Estado já contabilizou 1.526 mortes neste ano. Uma redução de 3,85% em relação ao mesmo período de 2022, quando 1.587 pessoas foram assassinadas.
Quando se fala em mortes violentas, como elas atualmente são classificadas pela SDS, estão sendo englobados os crimes de homicídios, latrocínios, feminicídios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de intervenções policiais.
A Região Metropolitana do Recife (RMR) foi a única que apresentou aumento das mortes violentas em maio. Zona da Mata, Agreste e Sertão tiveram redução nos números.
No total, 149 pessoas foram mortas na RMR. Foram 17 registros a mais que no mesmo período de 2022, um aumento foi de 12,8%.
Na Zona da Mata, 52 mortes foram somadas no mês passado. Catorze a menos que em maio de 2022.
No Agreste, 62 pessoas foram mortas em maio. Duas a menos que no mesmo período do ano passado.
Já no Sertão, 38 mortes foram contabilizadas, sendo seis a menos que em maio de 2022.
NÚMERO DE LATROCÍNIOS DOBROU EM MAIO
Enquanto as mortes violentas, em geral, registraram uma leve queda, a quantidade de latrocínios (roubo seguido de morte) dobrou no último mês de maio.
De acordo com as estatísticas da SDS, oito pessoas foram vítimas desse tipo de crime. No mesmo período do ano passado, foram quatro registros.
Uma das vítimas, no mês passado, foi um homem identificado como Alexandre Arthur, de 45 anos, na praia de Serrambi, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco.
De acordo com a Polícia Civil, o homem teria saído de casa, no dia 6 de maio, conduzindo uma bicicleta, para comprar material de construção, e os familiares não tiveram mais notícias dele. No dia seguinte, o corpo foi encontrado com várias lesões provocadas por arma branca (possivelmente uma faca) em um terreno baldio.
A vítima morava no Recife e tinha uma casa de veraneio em Serrambi. Testemunhas disseram à polícia que o homem foi abordado, entrou em luta corporal com o assaltante e acabou morto. A bicicleta e o celular dele foram levados.
No acumulado do ano, entre janeiro e maio, 42 latrocínios foram registrados. No mesmo período de 2022, foram 50.
FEMINICÍDIOS CAÍRAM EM MAIO
Os casos de feminicídio em Pernambuco tiveram importante redução no mês de maio. Duas mulheres foram vítimas desse tipo de crime. No mesmo período do ano passado, foram 12 registros.
No acumulado do ano, 24 feminicídios foram somados entre janeiro e maio. No mesmo período de 2022, foram 34.
Desde março, seis delegacias especializadas de Atendimento à Mulher estão funcionando 24 horas em Pernambuco.
Além da Delegacia da Mulher localizada no bairro de Santo Amaro, na área central do Recife, passaram a ficar abertas ininterruptamente as unidades localizadas em Olinda, Paulista, Jaboatão dos Guararapes (no Grande Recife), Petrolina (no Sertão) e Caruaru (no Agreste).
NOVO PROGRAMA DE SEGURANÇA AINDA NÃO FOI LANÇADO
O programa estadual Juntos pela Segurança, que vai substituir o Pacto pela Vida, ainda não foi lançado pela governadora Raquel Lyra. A previsão era para o mês de abril.
Apesar disso, aos poucos, ações estão sendo implementadas pela SDS, como a criação de uma força-tarefa para investigar os roubos de veículos - que cresceram nos últimos 24 meses -, e um grupo de trabalho para rastrear as armas de fogo que circulam no Estado.
As armas de fogo foram usadas em 80% das mortes violentas em Pernambuco no primeiro trimestre de 2023. O número é semelhante ao registrado ao longo do ano de 2022, quando 79% das vítimas de homicídio foram atingidas por tiros.
A iniciativa da criação do grupo de trabalho levou em consideração também um relatório de auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que destaca o aumento da circulação de armas de fogo no Brasil - impulsionado pela flexibilização de regras para posse e porte de armamentos no governo de Jair Bolsonaro - e uma possível falta de controle por parte da Polícia Federal e do Exército Brasileiro.
O relatório do TCU pontuou que o Sistema Nacional de Armas (Sinarm), sob a responsabilidade da Polícia Federal, continha o registro ativo de 637.972 armas de fogo em 2017. Ao final de 2020, o número subiu para 1.279.491.