Júri popular de filho acusado de matar médico em Aldeia começa nesta terça-feira (24)
Esposa do cardiologista Denirson Paes da Silva, morto em 31 de maio de 2018, já foi condenada a mais de 19 anos de prisão pelo crime
Começa nesta terça-feira (24), com previsão de durar até quatro dias, o júri popular do engenheiro Danilo Paes Rodrigues, acusado de assassinar o pai, o médico cardiologista Denirson Paes da Silva, em Aldeia, Camaragibe, no Grande Recife. O crime foi em 31 de maio de 2018.
O julgamento será presidido pela juíza Marília Falcone Gomes Lócio, titular da 1ª Vara Criminal de Camaragibe, no Fórum Desembargador Agenor Ferreira de Lima, localizado no centro da cidade.
De acordo com as investigações, Danilo e a mãe, Jussara Rodrigues da Silva (esposa do médico), foram os autores do assassinato e ocultação do cadáver do médico, cujo corpo foi encontrado esquartejado na cacimba da casa onde a família morava, no condomínio de luxo Torquato de Castro I, em 4 de julho do mesmo ano.
Na época, após a descoberta do crime, a defesa de Jussara argumentou que ela praticou o crime porque estaria sendo vítima de violência doméstica e teria descoberto uma traição do marido.
Antes de o corpo do médico ser encontrado pela polícia, a mulher chegou a prestar queixa na delegacia do "desaparecimento" dele.
A versão de Danilo foi de que a mãe teria agido sozinha, mas perícias apontaram que ela contou com a ajuda dele no crime.
Eles foram denunciados por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel, e cometido à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa da vítima) e ocultação do corpo da vítima.
CONDENAÇÃO DA ESPOSA DO MÉDICO
Em novembro de 2019, Jussara Paes foi condenada a 19 anos e 8 meses de reclusão, em regime fechado. Danilo não chegou a ser julgado porque os recursos da defesa dele ainda não haviam sido julgados em instâncias superiores.
COMO SERÁ O JÚRI POPULAR?
A sessão do júri terá início com a seleção de sete jurados entre 25 voluntários convocados. Em seguida, ocorrerá o depoimento de cinco testemunhas de acusação indicadas pelo Ministério Público e depoimentos de cinco testemunhas de defesa indicados pelos advogados do réu.
Concluída essa fase, o réu será interrogado em plenário. Depois disso, teremos a fase de debates entre a acusação e a defesa.
Concluída essa fase, o réu será interrogado em plenário. Depois disso, teremos a fase de debates entre a acusação e a defesa. Primeiro o MPPE expõe sua tese em 1h30. Depois a defesa apresenta sua tese no mesmo período. Se houver réplica do Ministério e tréplica da defesa, ambos têm mais uma hora para falar no plenário.
Encerrada a fase de debate, a magistrada se reunirá com o conselho de sentença, formado pelos sete jurados, em uma sala secreta, para decidir se o réu é culpado ou inocente das acusações. Em seguida, a juíza voltará para o plenário para ler a sentença.
A imprensa não foi autorizada a ter acesso à sala de sessões do júri.