INVESTIGAÇÃO

Fogo na cama da irmã de Antônio Rueda chamou a atenção de peritos

Incêndio nas casas do presidente nacional da União Brasil e da irmã dele, na praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco, tem indícios de crime

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Raphael Guerra

Publicado em 13/03/2024 às 16:46
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A análise preliminar de peritos do Instituto de Criminalística de Pernambuco nas casas do recém-eleito presidente nacional da União Brasil, Antônio Rueda, e da irmã dele, após incêndio na última segunda-feira (11), conseguiu identificar os pontos onde criminosos teriam ateado fogo. E um detalhe chamou a atenção.

As duas residências ficam no Condomínio Toquinho, na praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco. A coluna Segurança, deste JC, apurou que na primeira casa, de Rueda, o incêndio teve início no sofá. Já no imóvel de Maria Emilia de Rueda, as chamas tiveram início na cama dela.

"Uma espécie de recado ter sido justamente na cama", avaliaram os investigadores durante a perícia realizada ao longo da terça-feira. 

Em coletiva de imprensa, no mesmo dia, o secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho, confirmou que há indícios de que o incêndio foi criminoso. Sem dar detalhes, ele declarou que a hipótese é forte pelo fato de os incêndios terem sido iniciados quase que simultaneamente nas duas casas. Mas não quis falar sobre as primeiras impressões na perícia, que, segundo ele, durou de seis a oito horas.  

O laudo pericial deve ser entregue à Polícia Civil em até dez dias. O delegado Ney Luiz Rodrigues, que está a frente das investigações, não concedeu entrevista. Não há informações do número de testemunhas ouvidas até agora. 

"O caso está sendo tratado com prioridade desde o início. As imagens (de câmeras) estão sendo coletadas e vão determinar se houve um ou mais autores. E a investigação também vai dizer se houve mandante", declarou Carvalho, na coletiva de terça-feira.

TROCA DE ACUSAÇÕES

O incêndio nas casas de Serrambi aconteceu em meio à disputa de poder na União Brasil, que estava sob a presidência do deputado federal Luciano Bivar até 29 de fevereiro. A defesa de Rueda não descarta que haja motivação política no incêndio. 

"Ele (Rueda) está atemorizado, está realmente escandalizado nesse contexto de escalada de violência política que se faz. Que se inicia com ameaças, que se repetem, e agora — ao que tudo sugere, não posso afirmar categoricamente — nesses dois incêndios que escalam gravemente essa crise que se instalou", alegou o advogado Paulo Catta Preta à imprensa. 

Na saída do Palácio do Planalto, em Brasília, na terça, Bivar foi questionado por jornalistas e negou relação com o incêndio. 

"São ilações. Por exemplo, a mulher do presidente (Florinda Rueda) foi no meu apartamento também e roubou meu cofre. Essas coisas também são acusações. Eu cedi confiantemente o segredo e ela roubou todo o dinheiro", disse.

O político afirmou que a quantia que teria sido furtada "era um valor significativo". 

Antônio Rueda já tinha acionado o Judiciário para pedir que Bivar fosse investigado por ameaça.

O presidente eleito do União Brasil prestou queixa na Delegacia Especial de Crimes Cibernéticos da Polícia Civil do Distrito Federal. Mas como Bivar tem foro privilegiado por ser deputado federal, o tema será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

Além disso, Bivar teria gravado um vídeo fazendo ameaças de morte contra Rueda e a família dele. As imagens estão sob investigação da Polícia Civil do Distrito Federal.

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