COMBATE AOS CRIMES

Apreensões de armas de fogo cresceram 40,5% em Pernambuco no governo Lula

Armas de fogo foram usadas em 81% das 3.637 mortes violentas intencionais registradas no Estado no ano passado, segundo estatísticas

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Raphael Guerra

Publicado em 20/06/2024 às 7:00
Notícia

As armas de fogo foram utilizadas em 81% das 3.637 mortes violentas intencionais registradas em Pernambuco em 2023. O número só demonstra que são necessárias medidas mais rígidas para diminuir a circulação de armas ilegais e que estão nas mãos de criminosos.

Levantamento do governo federal aponta que 402 armas de fogo ilegais foram apreendidas no ano passado pelas polícias Federal e Rodoviária Federal, além de agentes da Secretaria Nacional de Segurança Pública. Isso significa que, no primeiro ano do governo Lula, houve aumento de 40,5% no número de apreensões em relação a 2022, quando 286 armas foram retiradas de circulação pelas forças federais.

Os dados estão disponíveis no ComunicaBR, plataforma de transparência ativa do governo federal. Em todo o País, 13.340 armas de fogo foram apreendidas entre janeiro de 2023 e abril de 2024 pela PF, PRF e Senasp.

Somente no ano passado, foram 10.935 apreensões, um incremento de 28% em relação a 2022 (8.466). 

GOVERNO DIZ QUE HOUVE AUMENTO DE FISCALIZAÇÕES

"O foco (da atual gestão) tem sido a prevenção das ocorrências de crimes mais graves, como mortes violentas intencionais, crimes passionais e o crime organizado, que se aproveita desse comércio ilegal de armas e, consequentemente, fortalece o tráfico de drogas, o tráfico de armas propriamente dito, tomadas de cidade e outros crimes violentos", declarou o diretor de Operações Integradas e de Inteligência da Senasp, Rodney Silva, sobre o aumento das apreensões no País.

Quando se fala em mortes violentas intencionais, estão incluídos os homicídios, feminicídios, latrocínios, lesões corporais seguidas de morte e óbitos decorrentes de ações policiais. 

O governo federal pontuou que ações como o Programa Nacional de Enfrentamento às Organizações Criminosas (ENFOC), que conta com aporte federal de R$ 900 milhões até 2026, e a expansão dos Grupos de Investigações Sensíveis (GISE) e das Forças Integradas de Combate ao Crime Organizado (FICCO), ligados à Polícia Federal, impactaram diretamente nos números de apreensões de armas de fogo.

MEGAOPERAÇÃO PRENDEU 34 CRIMINOSOS 

A atuação da FICCO tem apresentado resultados importantes no combate às facções que atuam em Pernambuco. No mês passado, uma megaoperação cumpriu 25 mandados de prisão preventiva e prendeu em flagrante mais nove pessoas suspeitas de integrarem três grupos especializados no tráfico de drogas, no comércio ilegal de armas de fogo e lavagem de dinheiro, com atuação no Grande Recife e também no município de João Pessoa, capital da Paraíba.  

Nas investigações, que duraram oito meses, foram identificados três grandes fornecedores de entorpecentes, 15 ocupantes das funções de "gerentes" dos negócios ilícitos, além de outras pessoas ligadas às operações logísticas e financeiras das organizações criminosas.

Os três fornecedores, sendo um de João Pessoa, alimentavam os comerciantes de comunidades do Pina, na Zona Sul do Recife. Depois as drogas eram distribuídas para as outras cidades onde os grupos atuam.

Do total de mandados de prisão cumpridos na megaoperação, 11 foram em unidades prisionais de Pernambuco. Entre os alvos, havia líderes que continuam se comunicando com os grupos criminosos mesmo atrás das grades. Os policiais estiveram no Centro de Observação Criminológica e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife; na Penitenciária Dr. Edvaldo Gomes, em Petrolina, no Sertão; e no Presídio de Itaquitinga, na Mata Norte do Estado.

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