Grupo especializado em roubo de fios de cobre movimentou R$ 14 milhões, aponta polícia

Empreendimento na praia de Muro Alto, em Ipojuca, teve prejuízo de R$ 70 mil. Operação cumpre oito mandados de prisão nesta quinta-feira (19).

Publicado em 19/09/2024 às 11:02 | Atualizado em 19/09/2024 às 12:27

Investigação da Polícia Civil de Pernambuco indica que um grupo especializado no roubo de fios de cobre movimentou R$ 14 milhões nos seis últimos anos. Nesta quinta-feira (19), uma operação cumpriu oito mandados de prisão contra suspeitos e nove de busca e apreensão domiciliar. 

O inquérito é conduzido pelo delegado Ney Luiz Rodrigues, da Delegacia de Porto de Galinhas. As investigações tiveram início em abril deste ano, após cinco homens, incluindo um cabo do Exército, serem presos por roubo de fios de cobre em um condomínio que está em construção na praia de Muro Alto, em Ipojuca, no Litoral Sul de Pernambuco. O caso foi revelado pelo Jornal do Commercio

O prejuízo ao empreendimento foi estimado em R$ 70 mil. De acordo com as investigações, cerca de dez criminosos armados renderam vigilantes do empreendimento, recolheram os fios de cobre, colocaram em um caminhão e fugiram. O cabo do Exército estava fardado durante a investida. 

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Delegacia de Porto de Galinhas apreendeu espingarda, munições, celulares e uma farda do Exército - DIVULGAÇÃO

As investigações revelaram que o crime foi facilitado por alguém que, com acesso à obra, forneceu informações para que o roubo acontecesse, inclusive indicando a localização dos cabos de cobre. Por isso a operação desta quinta-feira foi chamada de Soplón, expressão coloquial espanhola que significa delator ou informante. 

A investigação descobriu que o grupo conta com receptadores de mercadoria roubada, indivíduos presos por roubo, clonagem e adulteração de veículos, bem como por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de fogo, entre outros crimes. 

Entre 2018 e 2024, movimentações realizadas por suspeitos somaram mais de R$ 14 milhões. Os valores foram identificados por meio de comunicações do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), indicando indícios de lavagem de dinheiro, visto que alguns dos investigados faziam movimentações milionários incompatíveis com a capacidade financeira. 

Na operação desta quinta-feira, a polícia apreendeu pouco mais de R$ 21 mil em dinheiro na casa do possível líder do grupo. 

"Com essas novas prisões, a gente conseguiu impedir um novo roubo que seria praticado por eles. A investigação mostrou que uma funcionária da obra de um grande condomínio que está sendo construído em Porto de Galinhas estava passando informações para eles sobre o material que tinha na obra. Eles já se prepararam para praticar esse roubo", disse o delegado Ney Luiz Rodrigues. 

HISTÓRICO DE CRIMES

Nas prisões realizadas em abril, a polícia identificou que alguns dos suspeitos já tinham histórico criminal. Um deles responde ação penal por prática de furtos e roubos a agências bancárias em Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte. Uma das investidas aconteceu na cidade de Taquaritinga do Norte, onde caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Bradesco foram furtados. 

Outro suspeito já havia sido preso em flagrante pelo furto de cabos de cobre. E um terceiro investigado tem histórico de crimes de porte legal de arma de fogo, associação criminosa, adulteração de sinal identificador e roubo de veículo.

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