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EFEITOS DO CORONAVÍRUS

Turismo de Pernambuco despenca e tem queda histórica de 60,9% em abril

No Brasil, a queda do setor no mês de abril deste ano foi um pouco menor, -54,5%

Mona Lisa Dourado Marcelo Aprígio
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Mona Lisa Dourado
Marcelo Aprígio
Publicado em 17/06/2020 às 17:01 | Atualizado em 18/06/2020 às 16:18
Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem
A Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) estima que, em três meses, o setor perdeu quase R$ 90 bilhões em todo o País - FOTO: Sérgio Bernardo/Acervo JC Imagem

Acompanhando a histórica queda de 20,6% no volume de serviços em Pernambuco no mês de abril, as atividades turísticas também tiveram retração em abril frente a março, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS). A suspensão das operações de hotéis e restaurantes, associada à redução drástica do número de voos e do transporte rodoviário interestadual, por causa da pandemia, fizeram o índice de atividades turísticas ter o seu pior desempenho histórico em Pernambuco, com recuo de 60,9%, de acordo com o IBGE. No Brasil, a queda do setor no mês de abril deste ano foi um pouco menor: -54,5%.

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Pernambuco foi o terceiro estado com maior redução percentual entre as 12 unidades da federação consideradas na pesquisa, atrás apenas do Rio Grande do Sul (63,9%) e Bahia (63,1%).

Quando confrontado com o mês de abril de 2019, o turismo de Pernambuco repete o cenário, amargando uma queda mais acentuada que a do Brasil: -73,3%, contra -67,3% no País. No acumulado do ano, as atividades turísticas no Brasil caíram 20,9% frente a igual período de 2019, pressionado, mais uma vez, pelos ramos de restaurantes, hotéis, transporte rodoviário coletivo de passageiros e catering, bufê e outros serviços de comida preparada. Segundo a PMS, as atividades turísticas em Pernambuco caíram 22,7% entre janeiro e abril deste ano.

No Estado, a queda acumulada em 12 meses é de 7,3% e não deve ter recuperação tão cedo. Isso considerando a perspectiva de que o turismo tende ser o último setor a conseguir sair da crise.

Setor já perdeu quase R$ 90 bilhões no Brasil

Com tantos índices desfavoráveis ao turismo, a Confederação Nacional do Comércio de Bens Serviços e Turismo (CNC) estima que, em três meses, o setor perdeu quase R$ 90 bilhões. Em março, quando foi decretada a pandemia de covid-19, as atividades turísticas acumulam perda de R$ 13,38 bilhões em relação à média mensal de faturamento nos meses anteriores. A paralisia quase completa do turismo nas semanas seguintes agravou esse cenário e fez com que o setor perdesse R$ 36,94 bilhões em abril e R$ 37,47 bilhões em maio, totalizando prejuízos na ordem de R$ 87,79 bilhões. Em Pernambuco, o prejuízo é de R$ 2,52 bilhões, oitavo maior do País e segundo do Nordeste, depois da Bahia (R$ 4,07 bilhões).

No Estado, a atividade turística representa 3,9% do Produto Interno Bruto, tendo faturado R$ 9,5 bilhões no ano passado, enquanto no Brasil essa participação é de 8,1%, com movimentação de 238,6 bilhões.

As expectativas para o setor também não são boas. Para o economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, a retomada para serviços turísticos será ainda mais lenta que em outros segmentos, pois sofre com as consequências de medidas como antecipação de feriados durante a pandemia. "As pessoas, geralmente, usam esses serviços em férias e feriados, com a antecipação de muitos deles, o turismo deve ser ainda mais prejudicado", pontua Ramos, afirmando que a visão do Brasil no exterior no que se refere ao controle da doença também traz danos às atividades turísticas. “Com a imagem arranhada lá fora, as pessoas ficam mais reticentes em vir para cá”, diz ele.

O tombo do setor deixar milhares de trabalhadores mais próximos da demissão. Com várias perdas acumuladas e previsão de retomada tardia, a CNC estima que 727,8 mil empregos podem ser eliminados no setor até o fim de junho. A expectativa tem como base uma análise de dados do setor por parte da divisão econômica da entidade. De acordo com a CNC, historicamente, para cada retração mensal de 10% no volume de receitas, há uma destruição potencial de 97,3 mil postos de trabalho em até três meses.

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