'Brasil'

Música de Cazuza é proibida de ser usada em manifestações

A proibição foi divulgada em uma nota da Fundação Viva Cazuza, assinada pela mãe do cantor falecido e amparada pela Lei de Direitos do Autor

Rostand Tiago
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Rostand Tiago
Publicado em 11/05/2020 às 9:35 | Atualizado em 11/05/2020 às 9:35
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Cazuza faleceu em 1990, aos 32 anos, mas, antes das complicações em sua saúde, aproveitou para curtir a noite em uma casa de festa - FOTO: SITE OFICIAL/DIVULGAÇÃO

Uma nota assinada por Lucinha Araújo, mãe do cantor Cazuza, foi divulgada nas redes sociais da Fundação Viva Cazuza, tornando pública a proibição de músicas de cantor em manifestações classificadas como "antidemocráticas". A publicação diz que a fundação tomou conhecimento pela imprensa de que a canção 'Brasil' estava sendo entoada em atos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, em especial o realizado no último dia 3, que se declarava contra instituições como o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF).

Citando a Lei de Direitos do Autor (9610/98), a Viva Cazuza afirma que não só Brasil, mas a execução de qualquer obra de Cazuza em manifestações de caráter semelhante estão vedadas. Quem desrespeitar a proibição estará sujeito a medidas judiciais previstas em caso de violação de direitos autorais. "Brasil é uma música de grande importância na democracia brasileira e ser usada junto a gritos de ordem e cartazes que pedem o fim da democracia é inaceitável", diz a nota.

"Apoiamos a democracia e não atitudes violentas", afirma o último parágrafo da publicação, que também faz recomendações de isolamento e de solidariedade para os mais vulneráveis nessa situação. A nota também é assinada por George Israel e Nilo Romero, também compositores da canção. Brasil foi gravada em 1988 e está presente no disco Ideologia, do mesmo ano. A música buscava ilustrar os caminhos tomados no processo de redemocratização do país após a ditadura militar.

A Viva Cazuza foi criada nos anos 1990 pelos pais do cantor, com intuito de dar assistência aos pacientes com Aids/HIV do Rio de Janeiro. Nesse período, a instituição passou a acolher crianças soropositivas abandonadas pelas famílias, passando também a atuar em prol do aumento de leitos para pacientes e assistência para adultos portadores do vírus. Durante a pandemia, a instituição vem trabalhando para arrecadar equipamentos de proteção e alimentos.

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