POSICIONAMENTO

"Jair Bolsonaro é uma ameaça", afirma Felipe Neto durante o programa Roda Viva

O influenciador digital e empresário fez uma série de comentários a respeito do atual governo

JC
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Publicado em 19/05/2020 às 0:48 | Atualizado em 19/05/2020 às 1:06
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Felipe Neto tem sido alvo de ataques após se posicionar contra o presidente da República - FOTO: Foto: Divulgação

Na noite desta segunda-feira (18), o influenciador digital e empresário Felipe Neto participou do programa Roda Vida e comentou, principalmente, sobre o atual governo do Brasil. Ao ser questionado sobre uma publicação no Twitter em 2018, na qual afirma ser "#Elenão", em relação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), Felipe Neto disse que o chefe do Executivo "é uma ameaça ao Brasil".

"A discussão hoje não é política. A discussão hoje é sobre liberdade, é sobre opressão, quando a gente ver o presidente fazer as coisas que está fazendo, quando a gente ouve um presidente mandar um jornalista calar a boca, quando a gente lida com a realidade que está lidando hoje, não é mais uma questão política. Não é mais uma questão de lado. Qual é o lado? A gente não pode validar a opressão, a gente não pode validar o fascismo. É essa questão que a gente precisa entender. A gente está lidando com um assunto extremamente radical, onde a gente não está falando de informação a respeito de lados. Qualquer pessoa hoje sabe que o covid é uma ameaça, qualquer pessoa hoje tem que ter o mínimo de discernimento para saber que Jair Bolsonaro é uma ameaça. Basta ler o mínimo. Assim como você ler o mínimo para saber que o covid é uma ameaça. Obviamente eu não estou comparando um vírus a um ser humano, mas eu estou mostrando como você pode se informar a respeito de uma coisa, e você pode se informar a respeito de outra de uma maneira básica. Você não precisa se aprofundar para entender a ameaça do atual governo", comentou.

Em determinado momento da entrevista, o empresário comentou sobre posições políticas e afirmou que, neste momento, não tem "nenhuma identificação com qualquer partido político", mas que, caso ocorra um segundo turno nas eleições de 2022 entre o atual presidente da República e outro candidato, ele irá apoiar o adversário de Jair Bolsonaro. "Hoje, eu não me identifico ao ponto de falar: 'eu gosto de determinado partido'. E, embora isso pareça uma posição meio 'isentão', eu prefiro soar como isentão do que cravar aqui um partido e amanhã acontecer alguma coisa que todo mundo vai falar: 'olha lá. Ele falou sobre aquele partido'. Então nesse momento eu não tenho identificação com nenhum partido", disse.

Em relação ao se lançar futuramente na política, Felipe Neto disse que nesse momento não tem "qualquer interesse político". "O 'nesse momento' é importante porque eu já falei tantas coisas que eu cravei e depois as coisas mudaram de cenário. Eu não me imagino virando político. Se um dia isso voltar para me morder nos glúteos, bom, pode acontecer. Mas eu não me imagino virando político. Eu não tenho qualquer projeto de poder, de política, de candidatura ou qualquer coisa relevante haver com isso. Inclusive, até para acalmar os ânimos de algumas pessoas que ficam achando que eu tenho alguma intenção de candidatura presidencial, eu não tenho nem idade para ser candidato em 2022", comentou.

Ameaças de morte

Felipe Neto também falou sobre as ameaças de morte que ele e sua mãe receberam após o empresário se posicionar contra o atual governo. Ao ser questionado se ele acha que as ameaças foram disparadas pelo chamado 'gabinete do ódio', o influenciador digital afirmou não saber. "Eu não sei. Mas é difícil imaginar um cenário onde não tenha. Isso é realmente triste, mas é difícil imaginar que não tenha. A gente, infelizmente, está na polícia, eles estão até hoje com o caso, mas até hoje está difícil deles conseguirem chegar a raiz do problema", comentou.

Além disso, afirmou que a CPMI das Fake News, instalada para apurar o compartilhamento de mensagens falsas contra o Supremo Tribunal Federal (STF), pode chegar ao presidente Jair Bolsonaro caso a Polícia Federal possa trabalhar, fazendo menção às acusações do ex-ministro Sergio Moro em relação a uma possível interferência do presidente na PF.

Impeachment de Dilma Roussef

Ao comentar sobre um manifesto que publicou dizendo que os artistas e influenciadores que não se posicionam sobre o atual governo são cúmplices do fascismo e sobre quando se posicionou a favor do impeachment da presidente Dilma Roussef, Felipe Neto disse que faz "mea culpa sem problema algum".

"Faço mea culpa sem problema algum. Um defeito que eu não tenho é o de teimosia. Errei muito no passado, aprendi muito desses erros. Não sou adorador de um projeto petista, mas no momento do impeachment a minha colaboração, embora não fosse comparável ao alcance de hoje, sem dúvida foi utilizada a maneira errada, equivocada, por falta de leitura, estudo. Passei os últimos 4 anos tentando corrigir esse erro e usando minha força para afastar essa opressão que vemos hoje", disse.

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