COLETIVIDADE

Troças organizam vaquinha para ajudar músicos de orquestra carnavalesca

Iniciativa das T.C.M.s Se Eu Flopar Me Beija e A Porca pretende auxiliar os integrantes da Orquestra do Maestro Carlos, que estão sem poder trabalhar por conta da pandemia do novo coronavírus

Nathália Pereira
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Nathália Pereira
Publicado em 10/08/2020 às 11:25 | Atualizado em 10/08/2020 às 12:08
CÉLIO GOUVEIA/DIVULGAÇÃO
Orquestra da troça A Porca, em atividade há mais de meio século - FOTO: CÉLIO GOUVEIA/DIVULGAÇÃO

São muitos os grupos culturais diretamente impactados pelas medidas de segurança fundamentais para frear a proliferação do novo coronavírus. Os músicos que atuam nas tradicionais orquestras de frevo do carnaval pernambucano estão entre eles, por isso, as troças carnavalescas olindenses Se Eu Flopar Me Beija e A Porca organizaram uma vaquinha online para ajudar os integrantes da Orquestra do Maestro Carlos durante a pandemia de covid-19.

Intitulada O Frevo Precisa da Gente, a iniciativa pretende arrecadar R$ 4.500 através da plataforma Vakinha e distribuir entre os artistas. O objetivo é que os trabalhadores que tiveram seus ofícios interrompidos recebam cestas básicas ao final da campanha.

"O que muita gente não lembra é que esses músicos não dependem só do carnaval. Durante o ano eles tiram o sustento de vários eventos, como casamentos e formaturas, que também foram suspensos por causa do coronavírus", pontua Rebeca Montenegro, da organização da Troça Carnavalesca Mista Se Eu Flopar Me Beija.

"Eu cheguei a conversar com alguns músicos e eles disseram para mim: 'se aparecesse a oportunidade de tocar amanhã, mesmo sabendo que ia estar colocando a minha vida em risco, eu ia tocar. Porque apesar de não poder tocar as contas chegam'. Por isso todo tipo de ação que venha a colaborar é muito válida", relata Higor Nascimento, presidente da A Porca. As contribuições podem ser feitas clicando aqui.

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CARNAVAL 2021

Ainda sem uma resposta a respeito do possível cancelamento do carnaval de 2021, que está em pauta na Câmara de Vereadores do Recife, as orquestras permanecem apreensivas de ficar sem trabalho por ainda mais tempo, já que muitas das famílias desses músicos vivem exclusivamente do frevo.

A discussão no legislativo municipal, iniciada com o requerimento 4075/2020, proposto pela vereadora Michele Collins (PP), vem gerando controvérsia entre os parlamentares. O vereador Ivan Moraes (PSOL), por exemplo, acredita que não pode haver uma determinação sem que a população seja ouvida no processo.

"O requerimento pede o cancelamento do carnaval, não fala em adiamento nem em outro formato. Por isso a nossa ansiedade em discutir com muita gente. Acho que ainda está cedo para a gente decidir que não vai ter nenhum tipo de carnaval, mas está mais do que na hora, faltando 7 meses, de começarmos a debater isso. É uma festa que faz parte da nossa cultura e do nosso modo de vida no Recife e essa decisão não pode ser de modo nenhum feita por alguns burocratas sem que haja uma grande ouvida da nossa população e, principalmente, de quem faz o carnaval de Pernambuco ser o que é", observa Ivan.

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