Filmes sobre dança, com coreografias bem elaboradas e que, geralmente, um casal protagonista que se apaixona em meio aos ensaios não é nenhuma novidade no cinema. Talvez trazer para o universo do ensino médio americano seja o primeiro diferencial de Dançarina Imperfeita (Work It), que a Netflix lançou em sua plataforma na última sexta-feira (7) e logo foi o longa mais assistido do Brasil no último fim de semana.
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Na sinopse, conhecemos a história de Quinn Ackerman (Sabrina Carpenter), que para entrar na faculdade de seus sonhos, precisa participar de uma competição de dança contra os melhores da escola, se não fosse por um detalhe: ela “só” precisa aprender a dançar. Para dar conta da missão quase impossível, ela faz com que sua melhor amiga Jasmine (Liza Koshy) saia do tradicional grupo de dança do colégio e monte sua própria equipe, apenas “dos rejeitados”. E ainda: ela vai atrás do bailarino Jake Taylor (Jordan Fisher), considerando um dos grandes do estado, mas que se recupera de um rompimento de ligamento no joelho, para coreografar seu time.
O roteiro de Alison Peck parece batido a partir desta premissa, mas ao longo dos 90 minutos, percebe-se também uma leve reflexão sobre a busca de um objetivo para a vida. A sequência da entrevista com a recrutadora Veronica Ramirez (Michelle Buteau) faz com que até então a metódica Quinn perceba ao longo da história que está apenas presa a um projeto de seus pais do que um futuro planejado por ela própria, o que ela descobre a cada movimento desengonçado que se transforma num passo de dança bem executado.
ERRANDO O PASSO
A narrativa dirigida por Laura Terruso, porém, recorre a clichês e furos. É previsível que a mocinha do longa vá evoluindo a cada ensaio e apresentação. Quinn e os bailarinos desajeitados tem um vilão, o metido Julliard (Keiynan Lonsdale), líder dos Thunderbirds, a equipe de dança querida do colégio, que tenta prejudicar o novo grupo. E o joelho “problemático” do mocinho Jake, às vezes esquece que há qualquer complicação, principalmente, na apresentação final do concurso Work It.
Todavia, há pontos a seu favor. Mesmo com uma protagonista branca, o elenco negro é predominante no filme, com papeis de destaque. O longa tem produção da cantora Alicia Keys e no repertório, pop, hip-hop, R&B guiam os bons números de dança, coreografados por Aakomon Jones. E em cena, Sabrina Carpenter (que também assina a produção executiva) e Jordan Fisher tem uma química cativante. Já no escape cômico da trama, o encantamento (quase obsessivo) de Jasmine pelo vendedor de colchões Charlie (Drew Ray Tanner) também provoca uns sorrisinhos amarelos.
No fim das contas, Dançarina Imperfeita agrada por ser apenas um entretenimento leve, onde é possível entender que é preciso encontrar dentro de si qual a paixão que nos move dia a dia, mesmo que um “batido filme de dança” seja responsável por fazer essa “provocação”.
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