Homenagem

Ana das Carrancas deve receber da Alepe o título de 'Patrona da Arte Ceramista de Barro'

Proposta foi aprovada pela Comissão de Constituição, Legislativa e Justiça da Casa nesta segunda-feira (31)

Douglas Hacknen
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Douglas Hacknen
Publicado em 31/08/2020 às 21:44 | Atualizado em 31/08/2020 às 21:50
Reprodução/Centro Cultural Ana das Carrancas
"O reconhecimento a essa mulher batalhadora e à frente do seu tempo não demorou a chegar e se espalhou pelo país e mundo afora" - FOTO: Reprodução/Centro Cultural Ana das Carrancas

Natural de Ouricuri, no sertão pernambucano, a artesã Ana das Carrancas, conhecida como a "Dama do Barro", deve receber da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Aplepe) o título de "Patrona da Arte Ceramista de Barro" no estado. A proposta apresentada pelo deputado estadual Antônio Coelho (DEM) recebeu, nesta segunda-feira (31), parecer favorável da Comissão de Constituição, Legislativa e Justiça (CCLJ) da Casa.

>> Título de "Patrono do Brega" para Reginaldo Rossi recebe parecer favorável da CCLJ da Alepe

O parecer foi apresentado pela deputada Teresa Leitão (PT). Durante o momento do voto, a parlamentar reiterou a importância do reconhecimento de uma figura importante e influente na arte popular de Pernambuco. "Ana das Carrancas tem uma história belíssima de resistência, além de seu posicionamento crucial na luta pela preservação da cultura e na luta do povo negro. Ana conseguiu retratar esses elementos em sua arte, que representa Petrolina e região de maneira marcante - através da precisão, destreza, e inventividade da sua arte na cerâmica e no barro”, disse.

Teresa também destacou a relevância da homenagem como maneira de destacar o papel de Ana Leopoldina como uma figura de empoderamento da mulher negra. “O título de Patrona da Arte Ceramista é muito justa, que dignifica a arte popular e a história das mulheres na sua resistência”, pontua.

Quem foi Ana das Carrancas?

A pernambucana Ana Leopoldina Santos (nome de batismo), considerada uma das artesãs e ceramistas mais populares e importantes do interior do Nordeste, faleceu em Petrolina no ano de 2008, aos 85 anos, em decorrência de uma parada cardiovascular.

A Dama do Barro nasceu em 1923 no então distrito de Santa Filomena, em Ouricuri. Ainda jovem mudou-se para o Piauí. De lá, devido à seca, voltou para Pernambuco e viveu em Petrolina, onde a família foi constituída. Ao definir sua arte, em uma entrevista, ela disse que “o barro é como gente. Tem o ruim e o bom. Conhecendo o barro se conhece o mundo”.

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