Com o objetivo de impulsionar a geração de empregos, renda e a diversidade cultural no Nordeste, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) vai lançar o Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa, na próxima quarta-feira (28). Serão distribuídos R$ 100 mil para cada um dos nove Estados nordestinos para projetos de caráter criativo e inovador.
O evento de lançamento, previsto para começar às 15h, contará com a presença do ministro da Educação, Milton Ribeiro, e do presidente da Casa, Antônio Campos. Por causa da pandemia de covid-19, a cerimônia, que vai ser realizada na Sala Calouste Guilbenkian, no campus Casa Forte da Fundaj, será restrita a 40 convidados.
Os critérios de premiação levarão em conta, principalmente, o baixo custo e a quantidade de beneficiados. A estimativa é de que, no mínimo, sejam contempladas 90 iniciativas.
Inscrições e requisitos
As inscrições são gratuitas e devem ser realizadas via formulário, disponível no site da Fundaj, até o dia 9 de novembro. Após fornecer todas as informações e documentos solicitados, é necessário selecionar um segmento. É facultado inscrever quantos projetos desejar. No entanto, apenas um será contemplado.
Para concorrer como Pessoa Física, o candidato deve ser maior de 18 anos, brasileiro nato ou naturalizado. Enquanto para Pessoa Jurídica, a única restrição é para a natureza governamental, sendo possível que desde instituições privadas a ONGs participem.
Além de contemplar artesãos, artistas e coletivos de cultura, o edital vai incluir também diversos outros segmentos da economia criativa. Audiovisual, produtos tecnológicos de interesse cultural, espetáculos de arte, iniciativas relacionadas ao patrimônio material e imaterial estão entre as categorias contempladas.
Discriminadas no texto geral, ações de apoio a manifestações culturais, sejam elas pesquisas ou atividades de acesso à cultura, também estão entre as ações pertinentes a concorrer ao certame, assim como obras de gênero: cinema, fotografia, ilustração, instalações artísticas e intervenções urbanas.
O presidente da Fundaj, Antônio Campos, reflete sobre a premiação: “A concessão de um prêmio como este representa um duplo reconhecimento: o primeiro, de que o destino do nordestino está em suas próprias mãos; e, outro consequente, de que é por meio da criatividade e da inovação que se pode enfrentar as mais difíceis crises e superá-las”.
O mundo foi tomado de surpresa com a crise sanitária que aprendemos a administrar dia após dia. O setor cultural e todos seus atores precisam mais do que nunca de apoio para atravessar esse momento, ao que somos solidáriosAntônio Campos - Presidente da Fundaj
“O Prêmio Delmiro Gouveia é um dos itens de um trabalho mais amplo, que inclui a formação de um núcleo de estudos em permanente atualização, seminários e publicações”, explica o diretor da Dimeca, Mario Helio Gomes, a respeito da criação de um Núcleo de Economia Criativa na Instituição sediada em Pernambuco, em formato de observatório.
“Não somente para pesquisar e estudar os problemas do Nordeste, mas para encontrar a solução deles. Solução que muitas vezes está, literalmente, nas mãos de uma rendeira, de um oleiro, virtuoses de artesanato tanto quanto é um programador de computadores na invenção de um aplicativo”, acrescenta.
Cursos de economia criativa e empreendedorismo cultural também estão previstos no escopo do prêmio, para potencializar os resultados da ação. A divulgação do resultado final do Prêmio Delmiro Gouveia de Economia Criativa será publicada no Diário Oficial da União e no site e canais da Fundaj e do Ministério da Educação, no dia 4 de dezembro. Os vencedores terão do dia 8 a 31 de dezembro para a emissão do empenho.
Conheça mais sobre Delmiro Gouveia
Visionário, o industrial Delmiro Gouveia (1863—1917) modernizou o Sertão nordestino ao inaugurar a primeira usina hidrelétrica da região brasileira em Paulo Afonso, na Bahia, em 1913, e a primeira fábrica têxtil no estado de Alagoas, em 1914.
Embora fosse natural do Ceará, foi em Pernambuco que iniciou sua trajetória como empreendedor, ligando o interior do Estado ao Exterior, com o comércio de peles de cabras e ovelhas. Em 1899, ainda no século XIX, construiu o primeiro shopping center do Brasil, o Mercado-modelo do Derby, no Recife.
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O mundo foi tomado de surpresa com a crise sanitária que aprendemos a administrar dia após dia. O setor cultural e todos seus atores precisam mais do que nunca de apoio para atravessar esse momento, ao que somos solidários
Antônio Campos - Presidente da Fundaj
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