Nas próximas quarta e quinta-feira, a Bienal Internacional do Livro de Pernambuco começa uma programação especial, dedicada em homenagear Clarice Lispector, cujo centenário é comemorado no próximo dia 10. A iniciativa, realizada online e gratuitamente, foi batizada de Clarice vive e faz parte da Semana do Livro de Pernambuco. Trata-se de uma série de conversas sobre diferentes aspectos da vida e da obra da escritora, todas transmitidas pelo site da Bienal.
A programação contará com nomes como Benjamin Moser, um dos mais reconhecidos biógrafos de Clarice, a arquiteta Amélia Reynaldo, que discutirá a cidade do Recife, onde a autora morou por uma parte significativa de sua vida, sob o prisma da vivência de Clarice e também de outros escritores. Já a professora Eliane Robert Moraes, da Universidade de São Paulo (USP) conversará sobre o interesse de Clarice na redução das vidas e existências à sua essência. Por fim, a jornalista Marilene Felinto se debruçará por suas leituras da obra de Lispector, em especial sua evocação da infância no Recife.
A curadoria do evento é de Schneider Carpegianni. Segundo ele, o objetivo foi pensar numa programação que revelasse recortes menos comuns a partir da obra de Clarice Lispector e que pudesse ser visto como um minicurso de dois dias, gratuito e aberto para o público de qualquer cidade pela facilidade do digital. O site da Bienal, onde as lives serão transmitidas, é o www.bienalpernambuco.com/semanadolivro.
Programação
09 de dezembro
Às 18h
Live: O primeiro beijo e outras histórias, com Benjamin Moser
Sobre: Na palestra, o biógrafo de Clarice Lispector, o norte-americano e ganhador do Prêmio Pulitzer 2020 Benjamin Moser, fala como conheceu a obra da autora e da travessia até a escrita da biografia “Clarice”.
Às 20h
Live: A potência do mínimo, segundo Clarice Lispector, com Eliane Robert
Sobre: “Tudo o que é vivo se contrai” – diz Clarice Lispector em A descoberta do mundo, como que resumindo a razão de seu interesse pelas formas de vida reduzidas à sua essência. Do ovo à água viva, da baba ao ectoplasma, de uma tartaruga arfando a uma barata moribunda, toda sorte de “matéria vivente” que seja ínfima, insignificante ou mesmo informe atrai a sua atenção. A palestra da crítica literária Eliane Robert Moraes (USP) procura interrogar esse procedimento em obras da autora e as figuras que dela decorrem.
10 de dezembro
Às 18h
Live: A cidade sitiada, com Amélia Reynaldo
Sobre: A cidade do Recife abrigou os anos de formação de Clarice Lispector e aparece como cenário de alguns dos seus principais contos, como Felicidade clandestina. A arquiteta Amélia Reynaldo (Unicap) faz um apanhado da história do centro do Recife à luz da obra da autora. E nos faz pensar em como uma cidade é também construída pela narrativa dos seus escritores.
Às 20h
Live: "Um mundo todo vivo tem a força de um Inferno", com Marilene Felinto
Sobre: A escritora pernambucana Marilene Felinto fala de suas leituras da obra de Clarice Lispector e da evocação que ela faz da infância no Recife. E retoma ainda alguns dos temas do romance A paixão segundo GH, sobretudo a forma como as empregadas domésticas são tratadas nas obras de Lispector
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