Irmã do rapper Criolo morre aos 39 anos de covid-19
Ela era professora da rede pública de São Paulo
Irmã do rapper Criolo, Cleane Gomes morreu vítima da covid-19 aos 39 anos. A mãe dos dois, a poetista Maria Vilani, divulgou a informação em um texto nas redes sociais em que faz uma despedida e homenagem à filha. Cleane leciona no Centro de Arte e Promoção Social do Grajaú, em São Paulo.
"Papai do céu presenteou-me com dois meninos maravilhosos, e depois de sete anos você chegou, depois de uma gravidez muito difícil, pois parecia que você não queria vir a esse mundo, mas aceitou a missão para fazer-me feliz", começa Maria. " Você iluminou a minha vida de sofredora de favela, e por você seu pai moveu o mundo para sairmos da favela, quando você completou quatro meses de vida nesse Planeta saímos da favela", continua.
- Ex-editor da revista Placar, Milton Coelho da Graça morre vítima da covid-19
- Diagnosticado com covid-19, humorista Rodrigo Sant'anna é internado no Rio
- Juliana Paes é bombardeada após post em defesa de Nise Yamaguchi na CPI da Covid
- Internado com covid-19, baixista do Harmonia deixa a UTI: 'Gratidão'
- William Bonner se vacina contra a covid-19 nesta segunda (7); Relembre os apresentadores que já foram imunizados
Ela conta que depois que Cleane nasceu, ela falou para o marido que a família agora tinha uma artista e eles resolveram matricular os dois filhos mais velhos, Kleber (Criolo) e Clayton, em uma aula de violão - depois, a família ainda teria a caçula Maria Aparecida. "Você foi embalada com muito carinho por mim, seu pai e seus irmãos, você era a nossa princesinha, e para a sua avó paterna você era um raio de sol", escreveu.
Maria diz que aprendeu muito com a filha nesses anos todos. "Minha filha, você foi boa mãe, boa filha, boa irmã, magnífica tia, uma excelente amiga e professora, uma grande artista circense e cênica, artista plástica, compositora e poeta das boas. Dona de um coração maior que o corpo. Aprendi muito com você", continuou.
Ver essa foto no Instagram
A mãe também falou da pandemia no Brasil e diz também que acredita que era a hora de Cleane morrer. "Não sinto revolta pela pandemia, nem pelo descaso do governo em relação às vacinas, porque sinto no meu coração e na minha alma que você partiu no seu momento de partir, se não fosse a covid-19, seria qualquer outro motivo", afirma. "Você realmente terminou a sua missão nesse plano, em 5 de junho de 2021. Seria egoísmo não aceitar a sua libertação".
Ontem, profissionais da educação de São Paulo protestaram em frente à Câmara Municipal exigindo a vacinação geral dos professores. Houve também um ato lamentando a morte de colegas vítimas da doença, incluindo Cleane.