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31 anos sem Cazuza: lembre músicas e fatos marcantes do cantor e poeta

Músico foi um dos artistas mais importantes da década de 1980 e continua influenciando gerações

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Cadastrado por

Márcio Bastos

Publicado em 07/07/2021 às 15:16 | Atualizado em 07/07/2021 às 15:33
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Como Cazuza, seu apelido de infância, Agenor de Miranda Araújo Neto marcou a música brasileira, deixando canções que permanecem latentes no imaginário coletivo. Falecido há no dia 7 de julho de 1990, aos 32 anos, em decorrência de complicações causadas pela Aids, o artista carioca continua uma referência contemporânea, com sua obra revisitada constantemente por outros músicos, como o pernambucano Almério, que prepara um álbum de versões de composições de Cazuza.

Filho do produtor musical João Araújo e de Lucinha Araújo, Cazuza demonstrou interesse pela música desde cedo. Ainda na infância, começou a escrever poemas e a aptidão com a literatura o faria desenvolver uma de suas maiores aptidões, a composição de letras de música. No início da vida adulta, cada vez mais próximo da boemia e da vida artística, se junta ao lendário grupo de teatro Asdrúbal Trouxe o Trombone e, pouco depois, assume o posto de vocalista da banda Barão Vermelho.

Ao lado de Roberto Frejat, compôs músicas que se tornaram sucessos comerciais como Todo Amor Que Houver Nessa Vida, Bete Balanço e Pro Dia Nascer Feliz.

Em 1985, Cazuza deixa a banda e inicia a carreira solo. Em outubro daquele ano, lança o álbum Exagerado, que é recebido com entusiasmo pelo público e pela crítica e contém alguns de seus maiores sucessos, como a faixa-título e Codinome Beija-flor. Dois anos depois, em 1987, ele lançaria Só se For a Dois, com faixas como O Nosso Amor a Gente Inventa (Uma Estória Romântica) e novas parcerias com Frejat.

Com a sexualidade livre e amando homens e mulheres, Cazuza também desafiou convençõe sociais e viveu sua verdade, sem comprometimento com visões preconceituosas. Sua vivência era desafiadora em um país que saía de dolorosos anos de repressão da ditadura militar.

Ainda em 1987, Cazuza é diagnosticado com Aids, após ser internado mais uma vez para tratar uma pneumonia. Naquele ano, ele vai aos Estados Unidos em busca de tratamentos para a doença, na época ainda pouco conhecida e com altos índices de mortalidade. De volta ao Brasil, se lança no processo de criação de Ideologia, álbum que seria lançado no ano seguinte.

Incisivo, o álbum toca em temas como política, como na música Brasil, comportamentos sociais e a própria relação do artista com a doença e com a perspectiva da morte. Com os shows de Ideologia, circulou o país, mesmo com a saúde já debilitada. Dessas apresentações, surgiu o disco ao vivo O Tempo Não Para (1989), gravado no Canecão, no Rio de Janeiro.

Em 1989, Cazuza divulga publicamente ser soropositivo, em uma entrevista à revista Veja, cuja capa controversa, considerada por muitos sensacionalista, até hoje causa debates. A entrevista ajudou a abrir as conversas sobre a doença no Brasil e é vista como um marco na luta contra o preconceito.

Seu último disco, Burguesia, lançado em 1989, foi gravado com Cazuza com a saúde muito fragilizada. Ele cantou a maioria das músicas em uma cadeira de rodas e sua voz já aparece diferente. No hospital, compôs com vários amigos, como Rita Lee, Frejat, Bebel Gilberto, entre outros.

 

Morto aos 32 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de um choque séptico causado pela Aids, Cazuza foi velado por mais de mil fãs, que foram prestar seu adeus ao músico. Ao longo de sua curta, mas marcante carreira, Cazuza deixou 126 canções gravadas, 78 inéditas e 34 compostas para outros intérpretes.

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