PATRIMÔNIO

Com Circuito Digital da Poesia, pernambucano concorre ao Brasil Design Award; saiba como votar

A premiação é uma das mais importantes no design no País e conta com votação do público para escolher os premiados

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Bruno Vinicius

Publicado em 25/10/2021 às 10:53 | Atualizado em 25/10/2021 às 11:48
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Um dos equipamentos culturais mais importantes da Cidade, o Circuito da Poesia do Recife ganhou uma versão interativa pelas mãos do designer e pesquisador pernambucano Vladimir Barros, 36 anos, em 2020. Sob o nome de "Circuito Digital da Poesia", o projeto desenvolvido no mestrado em Design Profissional da Cesar School agora concorre no Brasil Design Award 2021, na categoria "Design de Impacto Positivo". A premiação é uma das mais importantes da área no País e conta com votação do público para escolher os premiados. 

"Como o prêmio é considerado um dos maiores dentro da área, ele traz aos projetos uma relevância que, mercadologicamente, ajuda a evoluir ainda mais o design brasileiro. Dessa forma dá uma importância a trabalhos que transformam e incluam pessoas no ponto de vista artístico e cultural, trazendo eloquência as representatividades.", disse Vladimir Barros, que desenvolveu o projeto ao do programador Erick Simões e o artista 3D Carlos Burgos.

ENTENDA

A proposta do Circuito Digital é levar os poetas do equipamento de forma interativa aos usuários, mas também de preservação do patrimônio cultural da Cidade. Frequentemente, as estátuas que compõem o circuito sofrem com depredação e vandalismo. Em 2020, a estátua de Ariano Suassuna foi depredada na Rua da Aurora, na Boa Vista, em frente ao teatro que leva o mesmo nome. A peça foi restaurada pelo artista plástico Demétrio Albuquerque e retornou ao circuito dois meses após o vandalismo.

O projeto surgiu como a tese do mestrado profissional em Design da Cesar School, curso de pós-graduação em que Vladimir estudava.  A minha dissertação é sobre como a realidade aumentada para potencializar os espaços públicos que não são bem aproveitadas, principalmente nesses espaços e monumentos voltados para figuras importantes da cultura popular pernambucana”, explica.

O artefato digital funciona através de um dispositivo móvel. Ao entrar no aplicativo do celular, por exemplo, os usuários podem apontar para a estátua e o aplicativo mostrará as informações dos ícones da poesia pernambucana. Com o projeto, os visitantes podem interagir diretamente com as projeções dos artistas presentes no equipamento cultural.

“Eu vi o Circuito da Poesia como o ideal. Ele é um local onde muitas pessoas passam ou passavam diariamente e era tido como um local despercebido. Quantas pessoas não conhecem a poesia de Ascenso Ferreira? Que inclusive serviu de base até para música de Alceu Valença. Ele serviu de base, inclusive, como protótipo para o projeto”, disse Vladimir.

Divulgação
Vladimir Barros, designer e pesquisador, concorre na categoria "Design de Impacto Positivo" - Divulgação

Saiba como votar:

Para votar, basta os usuários acessarem o site do Brasil Design Award na aba dos concorrentes.

Conheça os poetas do circuito:

Antônio Maria (1921/1964)
Poeta, compositor e cronista. A escultura do artista está na localizada na Rua do Bom Jesus.

Ascenso Ferreira (1895/1965)
Poeta da primeira geração do Modernismo e autor de obras como “Catimbó”, “Cana Caiana” e “Xenhenhém”, a estátua está no Cais da Alfândega.

Capiba (1904/1997)
Compositor, autor de diversos frevos que animam o Carnaval do Recife. Localizado na Rua do Sol, na reta final do desfile carnavalesco do Galo da Madrugada.

Carlos Pena Filho (1928/1960)
A escultura do poeta, jornalista e advogado está na Praça da Independência.

Chico Science (1966/1997)
Compositor e criador do manguebeat, movimento musical recifense da década de 90. A escultura está na Rua da Moeda, no Bairro do Recife, polo original dos eventos relacionados ao manguebeat.

Clarice Lispector (1920/1977)
Escritora ucraniana que passou parte da infância no Recife. Sua escultura foi colocada na Praça Maciel Pinheiro.

João Cabral de Melo Neto (1920/1999)
Poetas brasileiros e autor da antológica obra “Morte e Vida Severina”, é homenageado na Rua da Aurora.

Joaquim Cardozo (1897/1978)
Poeta e engenheiro civil, tem sua estátua abrigada na ponte Maurício de Nassau.

Luiz Gonzaga (1912/1989)
“O Rei do Baião”, teve sua escultura colocada na Praça Visconde de Mauá, diante da antiga Estação Central do Recife (1888) e da Casa da Cultura de Pernambuco.

Manuel Bandeira (1886/1968)
Precursor do movimento Modernista, é homenageado na Rua da Aurora.

Mauro Mota (1911/1984)
Jornalista, poeta e ensaísta, autor de obras como “Elegias”, “Imagens do Nordeste” e “Canto ao Meio”. A Praça do Sebo, tradicional local de venda de livros raros e usados, recebeu sua escultura.

Solano Trindade (1908/1974)
Poeta, pintor e folclorista, fundador do Teatro Experimental do Negro e o Teatro Popular do Brasil. Sua escultura está no Pátio de São Pedro.

 

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