TRADIÇÃO

Ceroula chega aos 60 anos com 'Carnaval na lua' e respeito à vida na pandemia

Dia histórico da troça está sendo comemorado de forma restrita, com queima de fogos e evento fechado à diretoria e convidados

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JC

Publicado em 05/01/2022 às 8:25 | Atualizado em 05/01/2022 às 8:27
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A tradição une-se à responsabilidade e, por mais um ano, faz o Ceroula de Olinda, resguardar seus foliões. Em 2022 chegando aos 60 anos, a tradicional troça da Marim dos Caetés resolveu por ora continuar distante das ruas, mas não sem comemorar. Na manhã desta quarta-feira (5), a diretoria e alguns sócios participaram de uma queima de fogos no Alto da Sé. À noite, a diretoria volta se reunir num evento restrito. 

"É uma data comemorativa, 60 anos do Ceroula. não poderia passar em branco, fizemos a queima de fogos e à noite uma reunião. No dia 22 teremos um evento da festa de aniversário, com Diogo Nogueira, Art Popular , fundo de quintal e orquestra de frevo", diz o presidente de honra do Ceroula, Marcos Sales. 

Por mais um ano, o Ceroula mantém o lema de "passar um Carnaval na lua". A decisão vem em respeito aos ceroulenses que perderam à vida para a pandemia da covid-19 e o momento delicado que a doença ainda insiste em manter. 

 

Desde 2018 sem o seu fundador, Cabela, o Ceroula mantém sua tradição e, reunindo uma multidão, como no desfile daquele ano, quando arrastou sete mil pessoas mesmo indo às ruas no mesmo dia que o Galo da Madrugada. 

Ao longo da história, o JC tem registrado a importância da troça para a cultura pernambucana. Em um dos episódios em que o Ceroula foi registado nas páginas deste JC, na série Carnavais Saudosos, Cabela falou sobre a emoção de ser homenageado pelo bloco todos os anos, momento que ele acompanhava da janela de sua casa. "Tem que segurar o coração. Se eu ficar na rua, a turma me carrega. Já aconteceu isso, não aguento mais esse embalo não. A turma quer me levar. Deixe eu na janela mesmo", comentou. 

 

"Eu e mais quatro colegas resolvemos fazer uma brincadeira diferente e criar uma troça. Existia a turma do pijama. A gente queria fazer um negócio parecido, mas naquela época era proibido, a censura. Aí a gente, ao invés de fazer 'cueca', fizemos Ceroula. Essa brincadeira surgiu assim, entre eu e mais quatro colegas. Fizemos uma brincadeira para a gente se divertir, para namorar. A gente não esperava que fosse chegar a esse ponto", contou Cabela. 

 

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