CINEMA

Cine Olinda: Agora vai? Prefeitura e Governo do Estado estimam R$ 1,5 milhão para recuperação

Prefeito Professor Lupércio e governador Paulo Câmara assinaram um protocolo de intenções para a requalificação do espaço, que está sem sala de exibição desde os anos 1980

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Bruno Vinicius, Emannuel Bento

Publicado em 04/03/2022 às 18:03 | Atualizado em 04/03/2022 às 18:16
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Equipamento cultural que está há cinco décadas sem funcionar, o Cine Olinda voltou à pauta do poder público nesta sexta-feira (4), em encontro do prefeito de Olinda Professor Lupércio com o governador do Estado Paulo Câmara. Os gestores firmaram um compromisso para a recuperação do cinema, localizado na Avenida Sigismundo Gonçalves, no bairro do Carmo. De acordo com a comunicação de Olinda, as obras devem começar ainda neste primeiro semestre de 2022.

Já segundo a comunicação do Governo de Pernambuco, o encontro marcou a assinatura de um protocolo de intenções para a recuperação e requalificação do espaço, com um investimento estimado em cerca de R$ 1,5 milhão. Os serviços incluiriam climatização, tratamento da fachada, recuperação dos pisos e revestimento das paredes, urbanização da área externa do cinema, entre outras ações.

Fundado em 1911, com o nome de Cine Theatro de Variedades, o equipamento público está sem a sala de exibição desde 1980, apesar de ter atividades culturais em 2016, com o movimento Ocupe Cine Olinda.

O cinema viveu o seu auge sob a gerência do artista plástico Bajado, que produzia os cartazes das películas exibidas desde 1932. Data-se que a sua relação com o patrimônio foi até 1965, justamente no ano em que houve a paralisação cultural dele. Ele foi retomado na década de 1980, rebatizado de Cine Bajado, porém foi paralisado em seguida. Dali, ele nunca mais foi um cinema. Já foi boliche, tornou-se depósito de açúcar e chegou a ser um alojamento para desabrigados.

Histórico de promessas

Gabriel Ferreira/JC Imagem
Cine Olinda fechado - fachada - Gabriel Ferreira/JC Imagem
Gabriel Ferreira/JC Imagem
Cine Olinda fechado - fachada - Gabriel Ferreira/JC Imagem

Com o intuito de pressionar o poder público no resgate do patrimônio, o movimento Ocupe Cine Olinda chegou a realizar atividades culturais, assembleias e tratativas com gestões municipal e estadual para que houvesse a conclusão das obras em 2016. Em dezembro daquele ano, houve reuniões importantes com a prefeitura, a Fundarpe, o Ministério Público da União e IPHAN. A desocupação do prédio só aconteceu após a Secretaria de Cultura do Estado prometer a revitalização do espaço naquele mesmo mês. A reforma estava orçada em R$ 2 milhões, entretanto, nunca ocorreu. 

No fim de 2018, o Governo de Pernambuco lançou um edital para a recuperação Cine Olinda, com recursos na ordem de R$ 1,6 milhão. Três anos depois, não houve nenhuma mudança. Procurada pela reportagem em matéria recente, a Fundarpe disse que a responsabilidade do prédio é da Prefeitura de Olinda, mas que se mantém em diálogo com a gestão municipal para colaborar na revitalização.

Em 2020, a Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) enviou um ofício ao prefeito Lupércio para assumir a gestão do cinema. A Fundaj, que atualmente administra salas de exibição no Derby, Casa Forte e no Porto Digital, afirmou, na época, que se o interesse fosse confirmado poderia começar imediatamente os estudos técnicos para revitalizar o prédio. A instituição afirmou que tem condições em assumir a casa de exibição, mas não houve cessão do espaço por parte da Fundarpe e Prefeitura de Olinda.

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