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'É uma das mulheres mais injustiçadas da história do Brasil', diz Mano Brown sobre Dilma'

Rapper estreia a segunda temporada do 'Mano a Mano' nesta quinta-feira (24), com Emicida no primeiro episódio

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Bruno Vinicius

Publicado em 21/03/2022 às 8:00
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Quando chamou o ex-presidente Lula para conversar no podcast "Mano a Mano", na primeira temporada, Mano Brown conquistou a maior audiência de um episódio de áudio no Spotify. Durante a temporada, grandes convidados foram entrevistados, inclusive polêmicos - como Fernando Holiday -, abordando sobre diferentes assuntos. Houve papo do casal preto mais poderoso do País - Taís Araújo e Lázaro Ramos -, uma Glória Maria falando sobre a sua vida pessoal e uma Glória Groove que era distante do universo de Brown. A segunda temporada do original do Spotify, que estreia nesta quinta-feira (24), promete suscitar novos debates e conversas a partir das visões do maior nome do rap brasileiro.

Em uma coletiva de imprensa com jornalistas de todo o País, o rapper não revelou muito sobre os convidados desta segunda etapa, mas confirmou nomes como o rapper Emicida - primeiro convidado da temporada -, o neurocientista Sidarta Ribeiro e os jornalistas especialistas em segurança pública Cecília Oliveira e André Caramante. "Agora, na segunda temporada, o público pode esperar por mais convidados interessantes, além de muito compromisso, seriedade e profissionalismo de toda a nossa equipe. Temos muito respeito pelo nosso público e pelos nossos convidados. Queremos levar informações úteis para o podcast", disse Mano Brown.

De certa forma, Brown se reposicionou com o podcast. Colocou-se no local do aprendizado, do questionamento e até um pouco distante das letras que levaram o seu nome a um dos mais revolucionários do rap nacional. Ele comentou que as pessoas começaram a questioná-lo também. "Quando eu me coloco em dúvida, eu pago o preço. As pessoas perguntam: 'Cadê aquele Brown das ideias que eu aprendi, ele está se questionando?' Questione-se você também", disse durante a entrevista de lançamento.

Como um exemplo desse local da dúvida, ele cita o ex-presidente Lula, seu entrevistado na primeira temporada. "Temos que tirar o Lula como exemplo [do questionamento]. O cara que teve quase 80% de aceitação e depois foi preso. Em dez anos, ele virou um 'bandido'. Esse é o Brasil, memória curta", afirma Brown.

Podcast como um aprendizado

Mano Brown enfatizou que o podcast tem sido essencial nesse processo. Se na primeira temporada ele traz temáticas que o incomodavam e faziam refletir, na segunda ele diz que também traz tópicos sensíveis ao seu envolvimento político, como a segurança pública. Tanto que ele traz Cecília Oliveira e André Camarante, especialistas no assunto. "No podcast, mostrei o Mano Brown que é muito estudioso, que é fora do óbvio. Eu sempre falei de alguns assuntos que são chavão. No podcast, falo sobre outros assuntos, como teologia, que é algo que eu tenho estudado bastante, mas que não falo na música", conta o artista.

Durante um dos questionamentos, ele afirma que o objetivo da série é trazer assuntos de interesse público e que sejam contados de uma forma que consiga se conectar com a audiência. "Temos que falar de forma simples, com uma abordagem prática. O jovem já ouviu tudo de forma romantizada por outras gerações. Hoje, esses assuntos precisam ser abordados de forma mais direta. O convidado tem que saber que esse publico está ouvindo, e esse é o legado: falar com os mais jovens. Se eles não te entenderem, se faça entender", afirma.

Convidados futuros

Embora tenha feito mistério sobre os possíveis convidados da temporada, personalidades foram citadas na coletiva. Uma delas é a ex-presidente Dilma Roussef. "Dilma está no radar, posso falar? É uma das mulheres mais injustiçadas da história do Brasil. Seu Jorge está no radar, acho que é o próximo a ser gravado. Já gravamos Emicida, foi sensacional. Passou voando. O Emicida com 80 anos, né, eu com 51... foi interessante (risos). Ele é um sábio. Um oráculo", frisou.

O formato

Diferente da primeira temporada, que teve 19 convidados em 16 episódios, a segunda deve chegar com mais personalidades. A ideia também é explorar mais o formato de mesa redonda e promover conversas que promovam debates. "Estamos muito felizes em continuar a escrever a história de sucesso desta parceria com um dos nomes artísticos mais importantes e influentes do País. A estreia da segunda temporada deste podcast original contribui para impulsionar o crescimento exponencial da indústria de áudio, reforçando o compromisso do Spotify de ser o melhor destino, além de gratuito, para podcasts, e também incentivar a variedade de conteúdos e formatos neste universo”, afirma Javier Piñol, Diretor do Spotify Studios na América Latina e US Latin.

Os episódios do "Mano a Mano" serão transmitidos a partir da quinta-feira, 24, sempre com episódios semanais. "Eu fiquei surpreso com a aceitação do podcast. Entrei nesse projeto para fazer o meu melhor e sabia que, se eu conseguisse ser eu mesmo, poderia render algo bom. Fazer as pessoas te ouvirem é uma mágica e você consegue isso com assuntos que sejam úteis para a vida das pessoas. A primeira temporada do Mano a Mano foi um aprendizado e uma superação também. E foi gratificante descobrir que tem uma juventude que está querendo ouvir e interagir", pontuou Mano Brown.

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