CINEMA

Após 15 anos, 'filme perdido' pernambucano com Irandhir Santos chega aos cinemas

Finalizado em 2007, "Amigos de Risco" ,de Daniel Bandeira, teve cópia-zero extraviada por companhia aérea, quando começou uma disputa judicial que atrasou o lançamento

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Emannuel Bento

Publicado em 18/05/2022 às 17:15 | Atualizado em 18/05/2022 às 19:32
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Após 15 anos de sua finalização, o filme "Amigos de Risco", dirigido e roteirizado pelo pernambucano Daniel Bandeira, finalmente entrará em circuito nacional nesta quinta-feira (19). O longa tem elenco composto por nomes como Irandhir Santos, que hoje brilha em "Pantanal", Rodrigo Riszla e Jr. Black.

No Recife, haverá uma sessão de estreia no Cinema São Luiz nesta quinta-feira (19), às 19h30, com debate com o realizador. O filme seguirá em cartaz no equipamento cultural do Centro.

A história do 'filme perdido'

Rodado no final de 2005 e montado e finalizado em 2007, "Amigos de Risco" teve sua primeira exibição naquele mesmo ano no 40º Festival de Brasília. Essa demora para o lançamento comercial ocorreu porque a cópia-zero do filme, finalizado em 35 mm, foi extraviada por uma companhia aérea.

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CINEMA PERNAMBUCANO "Amigos de Risco", primeiro longa-metragem de Daniel Bandeira, estreia após 15 anos - STILL
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CINEMA PERNAMBUCANO "Amigos de Risco", primeiro longa-metragem de Daniel Bandeira, estreia após 15 anos - STILL

Só restou a versão rascunho, não finalizada, que só foi exibida uma vez na Mostra de São Paulo, em 2008. Sem recursos para refazer outra cópia, a equipe do filme entrou num longo processo jurídico, cujo custo maior, "além de prejudicar um lançamento comercial, foi o tempo e energia dispendidos", como ressalta o conteúdo de comunicação do longa.

Assim, "Amigos de Risco" ganhou uma certa aura de "filme perdido", e o seu lançamento é bastante significativo. O longa chega às telas de cinema graças ao trabalho perseverante da Vilarejo Filmes e suas sócias, Kika Latache e Livia de Melo, em parceria com a Distribuidora Inquieta Cine, de Mariana Jacob.

A equipe chegou em um acordo com a companhia aérea em 2015, sendo possível a realização da masterização. Bem antes disso tudo, o projeto surgiu a partir da ideia de um curta-metragem e com baixíssimo orçamento.

É o primeiro longa de Bandeira que, em início de carreira, havia realizado alguns curtas experimentais com coletivos. À época, havia corroteirizado, codirigido e montado, junto a Kleber Mendonça Filho, os curtas "Menina de Algodão" e "Vinil Verde".

Roteiro e elenco

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CINEMA PERNAMBUCANO "Amigos de Risco", primeiro longa-metragem de Daniel Bandeira, estreia após 15 anos - STILL
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CINEMA PERNAMBUCANO "Amigos de Risco", primeiro longa-metragem de Daniel Bandeira, estreia após 15 anos - STILL

O roteiro relata o encontro de amigos que, após uma noitada, atravessam a cidade de madrugada. Joca (Irandhir Santos) está de volta e, para comemorar, faz uma noitada com Nelsão (Paulo Dias) e Benito (Rodrigo Riszla). Mas o reencontro vira um pesadelo quando Joca subitamente passa mal.

Em meio ao isso tudo, são explorados temas que dialogam com a realidade do diretor, como a vida na periferia recifense, as noitadas no Recife Antigo e a efervescência do movimento manguebeat. Segundo bandeira, o longa convida a refletir sobre a máxima "amizade tem um peso (e um preço)".

Rodrigo Riszla ("O Céu de Suely", "Som ao Redor", "Aquarius") levou o prêmio de Melhor Ator do Festival de Cinema de Triunfo pelo filme.

Equipe trilhou rumos no audiovisual

Até aquele momento, Irandhir havia trabalhado apenas em um longa ("Cinema, Aspirinas e Urubus", 2005), sendo selecionado para o filme de Bandeira um pouco antes de "Baixio das Bestas" (2007), de Claudio Assis.

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CINEMA PERNAMBUCANO Irandhir Santos é o protagonista de "Amigos de Risco" - DIVULGAÇÃO
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CINEMA PERNAMBUCANO Daniel Bandeira, diretor de "Amigos de Risco" - DIVULGAÇÃO
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CINEMA PERNAMBUCANO Cartaz de "Amigos de Risco", de Daniel Bandeira - DIVULGAÇÃO

A equipe do filme é composta por nomes que trilharam caminhos gloriosos no cinema, como Pedro Sotero, Kika Latache, Juliano Dornelles, Marcelo Pedroso, Marcelo Lordello. O longa também foi uma coprodução com a Cinemascopio, que tinha Kleber Mendonça Filho como produtor.

"Estrear em salas, depois do que passamos, traz a sensação de missão cumprida, de termos dado a volta por cima. Afinal, o filme praticamente só passa a existir quando você lança ao público", diz o diretor Daniel Bandeira.

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