DEMISSÕES NA JOVEM PAN: Augusto Nunes, Caio Copolla e outros são demitidos
O Grupo Jovem Pan demitiu ao menos quatro de seus colaboradores
Com Estadão Conteúdo
O Grupo Jovem Pan demitiu ao menos quatro de seus colaboradores nesta segunda-feira (31).
Primeiro, o colunista do UOL Ricardo Feltrin noticiou a demissão do comentarista político Caio Coppola.
Em seguida, foi divulgado o desligamento dos jornalistas Augusto Nunes e Guilherme Fiúza, do programa Os Pingos nos Is.
A Jovem Pan divulgou um comunicado sobre a demissão de Augusto Nunes:
Em comum acordo, O Grupo Jovem Pan e o jornalista Augusto Nunes entenderam por bem pôr fim à parceria de trabalho que estava vigente há mais de cinco anos, através da empresa do Augusto, Lauda Comunicação Ltda, sem qualquer animosidade ou juízo de valor.
Os termos e detalhes do deslinde não serão objetos de comentários por conta de o contrato de origem estar acobertado e protegido por cláusula de sigilo e confidencialidade.
O Grupo Jovem Pan agradece o jornalista Augusto Nunes e deseja sucesso nas novas fronteiras que ele haverá de desbravar.
No fim da tarde, o jornalista Guga Noblat publicou no Twitter que tinha acabado de ser demitido da Jovem Pan.
"Acabo de ser comunicado que estou fora da Jovem Pan por não ter defendido a rádio na história da censura. Estava desde a semana passada afastado e agora é definitivo", escreveu Noblat.
A "história da censura" a que ele se refere foi a determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na reta final do segundo turno presidencial, para que o grupo Jovem Pan concedesse direito de resposta ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), então candidato ao Planalto, em razão de declarações de comentaristas da emissora consideradas distorcidas ou ofensivas ao petista.
A Corte também tinha aberto uma investigação eleitoral a pedido do PT para que fosse apurado se a emissora tratou Lula com falta de isonomia em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL).
A Jovem Pan chegou a afirmar, em editorial, que estava sob "censura", mas teria enviado ordem aos comentaristas para não usarem termos ofensivos contra Lula.
Por que a Jovem Pan demitiu jornalistas?
Segundo o colunista Fefito, do UOL Splash, a Jovem Pan estaria preparando uma guinada editorial para ajustar o tom crítico ao governo.
A ideia do grupo seria é moderar o discurso nos próximos meses.
Novo editorial da Jovem Pan
Em editorial publicado nesta segunda-feira (31), após vitória de Lula, o Grupo Jovem Pan afirmou que renova "compromisso com a democracia" e "não vai se omitir e jamais vai aceitar afrontas ao Estado Democrático de Direito e a destruição de nosso país".
Leia a íntegra:
Milhões de brasileiros foram às urnas neste domingo, 30, para escrever um novo capítulo de nossa história. Homens e mulheres manifestaram, por meio do voto, os desejos para a construção do Brasil do amanhã. Cada voto depositado na urna é soberano e carrega consigo a confiança do eleitor no candidato escolhido.
Ninguém pretende, como disse Winston Churchill, que a democracia seja perfeita ou sem defeitos. Sabemos que há muito o que ser melhorado, e, por isso, devemos ser instrumentos para a construção de uma democracia, sólida e plena, a cada novo dia.
Jamais devemos ser agentes de destruição e de enfraquecimento desse regime que, entre todos os outros, é o único que nos dá perspectivas de um amanhã melhor porque sempre pode ser aperfeiçoado com a participação de todos.
Neste domingo, com a proclamação do presidente que conduzirá o país pelos próximos quatro anos, renovamos nosso compromisso com o Brasil, com a democracia, com a nossa Constituição cidadã e com os Poderes e Instituições que sustentam a nossa República.
Os candidatos que disputaram as eleições deste ano devem ter esse compromisso claro e serem os primeiros — tenham vencido ou não — a manifestar a defesa e a confiança na decisão soberana do povo.
É dever do novo mandatário dar continuidade aos avanços econômicos conquistados até aqui; é papel do novo governo manter o foco nas agendas de desburocratização e de desestatização que tornarão nossa economia mais forte; é missão do novo governo combater as desigualdades sociais não com assistencialismo barato, mas por meio da criação de oportunidades; é obrigação do novo governo não promover o escárnio com o dinheiro público, seja por meio de corrupção ou do aparelhamento das estatais, mas empregá-lo no desenvolvimento do país. É dever do novo governo garantir as liberdades individuais, zelar pela liberdade de expressão e pela manutenção de uma imprensa livre.
Por fim, é dever do novo governo agir para a construção de um projeto de país, jamais de um projeto pessoal do governante ou de um partido político.
Jovem Pan não apenas acredita e defende esses deveres e obrigações como será vigilante para que sejam cumpridos, porque este é o nosso compromisso com o público que nos acompanha há 80 anos.
A Jovem Pan continuará atuando em defesa da sociedade, da família, das liberdades individuais, de um Estado mínimo e menos paternalista e do desenvolvimento econômico e social.
E mais importante: a Jovem Pan não vai se omitir e jamais vai aceitar afrontas ao Estado Democrático de Direito e a destruição de nosso país.